terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Foi mesmo assim?

Choro sempre que vejo a Lista de Schindler. Como é que foi possível?

sábado, 27 de janeiro de 2007

Não andava de metro há tanto tempo, desde os meus tempos da universidade. E hoje andei. Na verdade foi mesmo uma viagem ao passado, fui almoçar com um colega de curso que também não via há anos. Foi um reencontro engraçado, como se o tempo não tivesse passado por nós. Olhámos um para o outro e foi a desilusão do 'oh, estás na mesma'. Eu posso ter uns traumas a mais, ele ganhou uns cabelos brancos, mas entre nós estava tudo igual, a mesma boa disposição, o mesmo à vontade para contar tudo o que se passa nas nossas vidas, para dizer mal um do outro.
Almoço terminado e eu regresso ao metro. Aí uma menina olha para mim e comenta com a irmã como eu era bonita. Achei graça e sorri-lhe. Depois encostou-se à mãe e segredou-lhe "quero ser ela". Subi ao céu e desci. O meu melhor elogio de sempre. Inchei. Senti-me uma das modelos da revista que estava a ler. Nunca me tinha sentido tão inspiradora na vida de alguém. Nunca ninguém tinha dito que queria ser eu. Que emoção. Que bom andar de metro!

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Homens!

Os homens são tão previsíveis. Dá para saber exactamente como reagem a várias situações. É só ler os sinais. Não é de admirar que se escrevam tantos livros de auto-ajuda para mulheres, que ensinam a conquistar o seu homem, a mantê-lo, a deixá-lo. E resultam! Na maior parte das vezes eles fazem tudo o que está lá escrito. Telefonam, dão presentes, assumem compromissos, ficam ofendidos e deixam-nos em paz.. É só saber quais os botões a empurrar, é só escolher a reacção pretendida e pôr mãos à obra. Não há como enganar. Fixar um objectivo, seguir os passos e recolher os frutos.
Aqui há um tempo emprestaram-me um destes livros. "Como enlouquecer os homens", chamava-se. Confesso que não li metade. Não sou perita em relacionamentos, mas a certa altura percebi que já sabia tudo o que estava a ler. Estava só a constatar o resultado das minhas acções, ou de amigas minhas. A diferença é que vê-lo escrito altera a nossa percepção das coisas. De repente passa do particular para o geral. O que conhecemos como um caso nosso passa para uma característica geral masculina. Afinal não foi só comigo que ele reagiu assim. Eles reagem todos assim!
Enfim, a ideia mais predominante neste livro é a importância do sexo na vida dos homens. Gira tudo à volta da sua satisfação. Vão ao ginásio para as miúdas gostarem do seu físico, querem sucesso profissional para as miúdas acharem que é um bom partido, compram um carro bom para que as miúdas queiram sair com eles, etc., etc.. Querem sexo, sexo e mais sexo. Se lho tirarem o seu mundo desaba. Tendo esta informação como é que uma mulher deve agir para ter um homem a seus pés? Nada mais fácil: prometer sexo e ir adiando o acto em si. É vê-lo atrás dela. Jantares, passeios românticos na praia, prendas, mensagens amorosas. É claro que depois do seu objectivo alcançado, quando finalmente cede (porque também não somos de ferro), o homem perde instantaneamente metade de toda essa vontade de conquista. O 'ligo amanhã' passa para um 'depois ligo', que nunca se sabe quando será. O que fazer? São assim. Para voltar a tê-lo atrás dela, tem de começar tudo de novo. Negar-lhe o sexo. Hoje não posso, mas amanhã quem sabe...
Sem querer vi-me nesta situação. Passei 7 anos atrás do João. 7 anos em que lhe telefonava, queria estar sempre com ele, chateava-me quando não falava comigo, ia a correr sempre que me chamava, sei lá o que mais fazia. Sei que de repente deixei de o fazer. Deixei de me importar se telefonava ou não, se tinha namorada ou não, se a última vez que o tinha visto tinha sido há duas semanas. Deixei de querer saber. De tal forma que eu própria já nem lhe telefonava e me sentia um bocado incomodada quando ele o fazia. Não fiz nada disto de propósito, não foi com intenção de o ter atrás de mim, mas foi o resultado que obtive. 7 anos depois começou a telefonar-me, a querer estar comigo, a ir a Lisboa de propósito para me ver, a queixar-se de que já não lhe telefonava. Os papéis inverteram-se, com a diferença de que à sua maneira ele sempre gostou de mim, e, no momento, eu já não gosto dele. Sei que não, no entanto não consigo dizer-lhe que acabou, nem mesmo quando mo pergunta directamente. Custa-me falar com ele, estar com ele e continuo a fazê-lo. Talvez no fundo queira tê-lo sempre como reserva, como aquele a quem recorrer quando me sentir em baixo. Só que isso não é justo, não é bom para mim, nem para ele. Mais tarde ou mais cedo vai ter de acabar. Só tenho de saber como.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Olha que coisa!

De repente apanho-me desapaixonada. Como é que isto foi acontecer? Nem me lembro da última vez que aconteceu, talvez no 10º ano. Mesmo assim acho que tive sempre um fraquinho por alguém, nem que fosse o pasteleiro. Tive sempre aquela pessoa que desejei que fosse o meu namorado. E agora? Nada. No one. Zero. Não consigo ver ninguém como meu companheiro, como futuro noivo/marido. Perdi o pai dos meus filhos! Onde será que ele se foi esconder? Com quem vou misturar as minhas feições para imaginar a descendência? Com quem vou sonhar? Com que me vou imaginar a dizer o tão esperado "sim, aceito"? Que cena marada!
Não me reconheço nesta pessoa, no eu não dependente de alguém.
De repente consigo concentrar-me nos livros que leio, vejo televisão com atenção, sem ser um desvio do meu pensamento na pessoa de quem gosto, sem servir de distracção. Todas as músicas melosas com as quais me identificava deixaram de fazer sentido. Mas porque carga de água eu ouvia Vanessa Camargo?!
Ganhei uma vida. Acabou-se o ficar em casa para ver se alguém telefona com um convite. Acabou a própria obsessão com o telefone, o andar sempre com ele atrás, o olhar para ele de 10 em 10 minutos para me certificar se alguém ligou e não ouvi.
Como é que isto foi acontecer? Será que vai durar muito tempo? É que na verdade mal posso esperar para me apaixonar de novo. Gosto de estar apaixonada, do nervoso miudinho, do olhar brilhante, de corar quando ouço o nome dele. Até gosto da parte má, de sofrer, de chorar uma noite toda pelo meu amor.
Quem será o próximo príncipe?

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Para ti..

Estive a ler os meus diário antigos, os meus desabafos. Estás presente em todos.
De uma forma atribulada acabámos por fazer parte da vida um do outro durante muito tempo. Tanta coisa aconteceu, tantas mudanças, e nós, de uma maneira ou de outra, ficámos sempre na mesma, ligados por uma coisa estranha que penso nem tu saberes definir. Mas nestes últimos meses alguma coisa mudou em mim. Leio os meus diários e não reconheço a paixão com que escrevia, não reconheço a tristeza e mágoa que me fazias sentir. Não me vejo naquelas páginas. Aquela já não sou eu. Já não salto de alegria porque te vou ver, já não morro de desespero porque não me telefonas. E isso deixa-me tão triste.
Não estou pronta para te dizer adeus, ainda não consigo ver a minha vida sem ti. Mas parece que já não te encaixas nela. É como um orgão transplantado que o corpo rejeita. Aguenta um tempo, parece que está tudo bem, mas depois tem de ser retirado para se continuar a viver, para não infectar o resto do corpo e morrer. E eu gosto tanto de ti...
Gosto tanto de ti que nunca te vou odiar por nunca teres ficado realmente comigo. Gosto tanto de ti que ao ler todas estas coisas que escrevi em momentos de raiva, de euforia, só sinto ternura. E sinto pena.
Para onde foi todo aquele amor? Porque é que a nossa história não foi diferente? A culpa foi minha? Foi tua? Gosto tanto de ti que nem guardo rancor. Quero que sejas feliz com quem mais amas. Quero continuar a fazer parte da tua vida. Não sei ficar sem notícias tuas. Não sei como vai ser voltar a casa sem a ideia de que me posso encontrar contigo. Não sei como é viver sem ti. Nem quero.
Mas a paixão morreu. Já não vou conseguir enganar-te mais. Como explicá-lo? Não vou dizer que quero que sejas meu amigo, nunca o fomos na verdade. Quero que continues a ser o meu companheiro, quero que continues a abraçar-me, a contar-me as tuas aventuras de quando eras mais novo, as histórias da pesca. Quero continuar a poder telefonar-te para nos encontrarmos quando regresso a casa nas folgas. Será que posso querer estas coisas? Acabaste por ser o meu refúgio nestes anos todos, o meu tudo e o meu nada. Não estou pronta para te deixar, mas não dá para continuarmos como fomos até agora. Temos de avançar...

sábado, 20 de janeiro de 2007

Sempre pensei que ia ser ele a deixar de falar comigo, de me procurar um dia, e que eu, no auge do desespero faria alguma coisa idiota para estar com ele de novo. Ia querer estar com ele de novo para mais tarde ser eu a deixar de falar com ele. Queria ficar com o orgulho intacto. Não consigo contar as vezes em que tive medo que não me quisesse mais. Não saberia o que fazer se ele me deixasse para trás sem um aviso prévio. Em todas as suas ausências morria um bocadinho. Sentia-me lixo. Sentia-me abandonada, desprezada. Imaginava mil planos de vingança. Queria ir falar com a namorada dele. Queria que ficasse sozinho, como me estava a deixar. Via-me a fazer escandalos nos cafés, nos restaurantes, em qualquer lugar que os pudesse encontrar. Imaginava tudo ao promenor, mesmo sabendo que nunca ia ser capaz de pôr nada em prática. Sou incapaz de gritar em público, de me destacar da multidão. Mas passado uns dias ele procurava-me e eu sentia-me renascer. Voltava o brilho nos olhos, a vontade de pular de alegria. Não conseguia esconder a euforia que sentia por saber que afinal ainda estava na sua vida.
E de repente, sem eu perceber, a paixão morreu. Com ela foram todos os motivos que sempre tive para estar chateada com ele, todos os ultimatos que tinha para fazer. Deixei de adormecer a pensar que não me tinha telefonado naquele dia. Deixei de querer saber. Quando telefonava e dizia que queria estar comigo, quando o faz, só consigo sorrir. Sorrir como se de triunfo, como de vitória por saber que ainda me procura. Mas sinto-me lixada. Não é a primeira vez que isto acontece. Basta andar aos beijos com outra pessoa para esquecer aquela que supostamente é a paixão da minha vida. Como é que posso ter andado tão enganada? Será normal? Como é que tudo aquilo com que sempre sonhei de repente deixa de ter razão de ser? Para onde vão todos aqueles sentimentos? E o rancor? Para onde foi o rancor?
Mesmo assim sei que não estou pronta para lhe dizer adeus. Ainda não consigo ver a minha vida sem ele.

Deixei-me levar mais uma vez.
Tinha decidido que ia acabar com tudo, pela 7ª ou 8ª vez. Disse-lhe que não queria falar com ele, que não o queria ver de novo. Ele perguntou porquê. Porquê? Porque não me deixa feliz. Chorei um dia inteiro. E ele voltou a ligar. Mas é mesmo a sério? Queres mesmo deixar de falar comigo? Queres acabar? Quero. Mais 10 minutos de choro.
No dia seguinte a notícia de que estava à espera: o teu amiguinho foi com a namorada ao casamento do primo dela. Foi o quê? Mas o que é que ela tem que eu não? Porque é que ela aparece nos actos públicos e eu tenho de me contentar com escapadelas a meio da tarde ou da noite, em que ninguém nos pode ver?
Telefonei-lhe. Não atendeu. Devia estar amuado, coitadinho. Liguei de novo. Voltou a não atender. Mau! Já me recriminava por ter ligado. Pelo menos não tinha atendido. Não tinha feito figura de idiota. Mas ele ligou mais tarde.
Ouve lá, porque é que a escolheste a ela? Porque é que foi ela e não eu? Ela? Quem é ela? Eu não tenho mais ninguém. Só a ti. Não mintas! Porque é que continuas a mentir? Acabou! Mas não estou a mentir. Esse não sou eu...
Aparecia de novo a dupla personalidade. Duas pessoas numa só. Pronto. Chega. Esquece.
E fui a Turim. E fui procurar a revista que me tinha pedido. Mas porquê? Porque é que procurava pretextos para falar com ele?
Telefonei-lhe para dizer que não havia e ele percebeu que a minha birra estava a passar. Começou com a falinha mansa. Gosto tanto de ti. Tenho tantas saudades tuas. E eu sabia que neste momento faria o que lhe pedisse. Vem ter comigo logo à noite.. Estaria parva? Teria perdido toda a inteligência que me restava? Não saberia já o que ia acontecer?
Ia acontecer e aconteceu. Ele foi ter comigo. Conseguiu ter-me de novo. Fez-me mais umas promessas vãs e voltámos ao normal. Telefono, não atende. Telefono de novo, não atende. Liga mais tarde, fala durante um minuto, diz que tem outra chamada, que já liga, e nunca mais ouço dele. Será que não sabe que me deixa chateada? Claro que não. Só pensa nele. Só me procura quando precisa. Estou a ver que vem aí outra birra. Isto assim não vai lá.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Filhos

Sempre quis ter filhos. Houve até uma altura, não há muito tempo, em que queria ter 7 como a família Von Trap. Já os via alinhados, vestidos de igual com fatinhos de meninos de bem. É claro que para isso tinha de ganhar a lotaria de Natal ou arranjar um marido com posses capazes de sustentar a criação. É claro que para isso tinha de ter no mínimo uma empregada e uma ama que conseguissem dar-me tempo longe das crianças para não enlouquecer.
Para ter 7 filhos também é preciso começar cedo e eu já vou nos 26 anos e estou longe de ter encontrado o pai da prole. Por outro lado, vi no outro dia um documentário que mostrava ao vivo e a cores um parto natural e uma cesariana. 7 filhos? Deus me livre! Só se forem de incubadora!
A experiência da maternidade é uma coisa muito bonita se cortarmos o processo do nascimento. Não há nada de bonito naquilo. A mulher de ser humano passa a animal. Desaparece a pessoa para dar lugar ao bicho, até o corpo nos trai e faz coisas que não queremos. Como é o caso da dilatação. Que coisa mais horrorosa! Um buraquinho tão pequenino abrir-se daquela maneira para que lá passe uma cabeça. Jesus! Isto quando as coisas correm bem, se não lá vai o médico com o seu bisturi de gente fina e zás! uma facada, um corte para abrir melhor. Se não for assim há ainda a possibilidade de a pele se rasgar, assim, como se fosse um saco de plástico que não aguenta com as compras do supermercado.
Como é que a mulher não vai ficar traumatizada na sua sexualidade? A sua florzinha transformou-se, deixou de ser como a conhecia. Sai p'ra lá Manel que ainda não estou recomposta! E há muitas que nunca o ficam.
A cesariana não é assim tão traumatizante do ponto de vista sexual. A flor fica como estava. Já a barrigazinha vê os melhores dias da sua vida ficarem para trás. É esquartejada e os senhores doutores levantam a pele, abrem-na como se estivessem a separar bifes no talho. Mas pronto, lá sai o pequerrucho e no fim tudo é recompensado.
Ainda há pessoas que estranham a relação mãe/filho. No fim de uma história destas pode esperar-se tudo desta relação.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Esta foi uma das frases que tirei da Anatomia de Grey. Curiosamente na mesma altura li uma entrevista ao Francesco Alberoni, que dizia que nunca se deve contar ao parceiro que o traímos. Ao contarmos que houve uma traição, por mais insignificante que seja, estamos a partir um laço, a matar a ideia do amor perfeito que tinhamos, a confiança nesse amor. Deixa de haver a crença no 'só eu' e aparece o 'aquela também pode ser'.
Os relacionamentos são uma coisa complicada. Acredito que logo no início se deva dizer o que se procura e como se vai agir no decorrer de uma relação. Por exemplo, um homem não deve fazer uma mulher sentir que é o centro do seu mundo, que vive por ela, que respira por ela, se depois a vai trair logo na primeira hipótese que tenha. É uma dupla traição, por tê-la feito acreditar numa coisa que não era verdade.
Há que mostar o que se sente conforme se vê o futuro da relação. Sim, és o centro do meu mundo e é só contigo que quero ficar para o resto da vida. Se já não és o centro do meu mundo, gosto de ti e da tua companhia, mas também me desenrasco sozinho.
Acredito no que o Alberoni diz, negar a traição sempre, mesmo que com cara de pau. Isso deixa sempre uma brecha para o outro pensar no 'e se..', neste caso "e se ele me está a dizer a verdade e foi outro homem que vi a passear com outra e confundi com ele?". Aí depende da vontade da pessoa de se enganar a ela própria, no querer acreditar na mentira para continuar a viver no conto de fadas.

"A verdade magoa, por isso mentimos."
O João mentiu-me sempre. Nunca me confirmou que tinha namorada. Por mais que eu lhe dissesse que não havia problema se me contasse a verdade, que eu já sabia, que não me incomodava, negou-o sempre. "Esse não sou eu. É o outro João.", dizia. Houve uma altura em que me irritava mais o facto de ele o negar do que o de ter uma vida dupla. Mentiu-me sempre, desde o primeiro dia. Aquele João, o meu João só gostava de mim. Tinha sempre vontade de estar comigo. Tinha sempre muitas saudades. Não tinha namorada nenhuma. Eu era a única mulher da sua vida. E eu, para continuar a viver no conto de fadas, fingia que acreditava. Confesso que no fundo sempre pensei que era verdade. Ele gostava mesmo de mim. Se calhar ainda o penso para explicar porque continuo a encontrar-me com ele. E porque é que continuo a encontrar-me com ele?

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Queria..

Queria que te apaixonasses por mim, que eu fosse o teu amor.
Queria que a minha imagem não saísse da tua cabeça, que o meu nome fosse a primeira palavra a sair dos teus lábios quando acordas.
Queria que te lembrasses da roupa que eu disse não te ficar bem enquanto te vestes.
Queria que me telefonasses para fazer queixinhas, porque bateste com o joelho na esquina de um móvel e dói muito.
Queria que me visses em todas as mulheres que passam por ti, que falam contigo. No cabelo, nos gestos, na maquilhagem, no verniz das unhas, na roupa, nos brincos, na graça, na teimosia, na inteligência, na estupidez..
Queria até que me reconhecesses nos bonecos dos sinais das passadeiras.
Queria que pensasses em mim sempre que vês ou ouves um avião, que me mandasses uma mensagem a meio do dia a dizer como já sentes a minha falta.
Queria que reconhecesses o meu perfume no ar porque alguém que está perto de ti usa um igual e percebas que em mim cheira muito melhor.
Queria que fosses a um restaurante e ao ver o menu te lembrasses de como não gosto de carne de porco, ou te perguntasses a ti mesmo qual era a sobremesa que eu ia escolher.
Queria que fosses a uma livraria e comprasses um livro giro porque achas que eu vou gostar de o ler.
Queria que te lembrasses de mim ao ouvir uma música lamechas.
Queria que pensasses nas férias que podíamos fazer quando passas à frente de alguma agência de viagens.
Queria que me procurasses em todos os carros iguais ao meu que passam por ti.
Queria que me escrevesses uma carta de amor no guardanapo de papel do café onde foste lanchar.
Queria que me comprasses um chocolate sempre que vais ao supermercado.
Queria que odiasses ir ao cinema sem mim.
Queria que odiasses não me ter contigo no chuveiro para te esfregar as costas quando tomas banho.
Queria que me telefonasses antes de ires dormir para que a minha voz seja a última coisa que ouves antes de começares a sonhar.
Queria que adormecesses agarrado a uma camisola que vesti na última vez que dormi na tua casa e ainda guarda o meu cheiro.
Queria que sonhasses comigo, que sonhasses sempre comigo.
Queria que me quisesses.
Queria que quisesses que eu me apaixonasse por ti, que tu fosses o meu amor.

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Identificações

Há músicas com que me identifico, que dizem exactamente o que sinto ou o que queria dizer a alguém e não tenho coragem. Nunca fui daquelas pessoas que abrem a boca e desatam a dizer o que sentem. Nunca consegui dizer a uma pessoa que gosto dela, que a amo. Nem à minha mãe! Não sei porquê mas tenho um bloqueio mental que deixa essas palavras morrerem antes de chegarem à minha boca. Fico à espera que as pessoas percebam o que sinto pelas minhas acções, mas estas também são duvidosas. Depois penso em dar-lhes a música que diz o que sinto, mas até isso pode ser interpretado de outra forma. Ninguém lê uma frase da mesma maneira, interpretam-na sempre de acordo com a sua vida, a sua personalidade, a sua cultura. Talvez até só me identifique com as músicas porque na altura ouço o que quero ouvir. Quando mais tarde leio a letra não é nada daquilo por que eu estava a passar.
Por via das dúvidas fica aqui a declaração.
Mãe, amo-te.
Pai e mano, são as pessoas mais importantes da minha vida. Apesar de todos os encontrões que damos não sei viver sem vocês.

Se há músicas com que me identifico, também há personagens em séries de tv.
Descobri há pouco tempo a série Anatomia de Grey e adoro. Adoro. E quem sou eu na série? Nada mais do que a Meredith. É quase como quando éramos pequenos e escolhíamos as personagens dos desenhos animados para brincar. Eu sou a Ana dos cabelos ruivos! Eu sou o power ranger cor de rosa! Eu sou a Meredith. A que se apaixonou por um homem casado. Eu sou a Meredith, que conhece um homem capaz de a fazer esquecer o outro, mas ainda assim fica na dúvida com qual deve ficar. Eu sou a Meredith, que pede ao homem casado para a escolher a ela, para deixar a mulher e escolher ficar com ela.
É uma série de tv escrita por alguns génios e prende-me. Faz-me ver a minha vida do lado de fora, ver o que sofro e o que recebo por sofrer, ver o resultado das minhas acções na vida de outra pessoa.
Quem vais escolher Meredith? No fim ficas com quem?

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Confiar no amor?

Isto de se confiar nos homens e no amor tem muito que se lhe diga. No momento prefiro dizer que confio mais nos homens do que no amor. À maneira deles são seguros. Mal ou bem aprendemos a conhecê-los e a saber até onde podemos confiar neles, onde nos vão falhar. Sabemos com o que contamos.
Já em relação ao amor a história é completamente diferente. O amor é um sentimento muito mentiroso, muito falso, muito infiel. Muitas vezes não o reconhecemos porque ele assim o quer. Dá-nos uma ideia de pouco quando é tudo o que precisamos. Outras vezes é o contrário, parece tudo o que procurávamos e gasta-se em duas semanas. É inconstante. Parece que vai durar a vida toda e passados 30 anos de casamento aparece outra forma de amor que se mostra mais completa. Parece que não dura uma semana e é para a vida toda.
O amor, tanta coisa que se pode dizer sobre o amor. É para ser aproveitado enquanto se tem. Não o desprezar, não tentar fugir dele, não tentar percebê-lo, não tentar enganá-lo.
Ele vem quando quer e vai quando menos se espera. No entretanto só há que aproveitá-lo, disfrutá-lo e esperar que seja do melhor.

domingo, 14 de janeiro de 2007

Infidelidade

Tenho uma amiga numa situação de telenovela. É casada e conheceu outro homem, também casado, por quem se apaixonou. A atracção entre os dois foi mútua e iniciaram uma relação clandestina. Estava tão apaixonada que mandou o casamento às urtigas e começou a trair o marido sem pensar no que estava a fazer. Foi daquelas coisas que não se pensam, fazem-se. No fim de feitas é que vêm os remorsos, a consciência desperta. Gosta do marido, tem muita pena de o desiludir, ele não merecia isto. A mãe, quando souber, vai ter a maior desilusão da sua vida. Vão todos olhar para ela na rua e apontá-la como aquela que encornou o marido, a rameira. Como se tivesse sido ela a procurar o pecado.

Porque é que culpam sempre a pessoa que sai de casa para se juntar a outra? É sempre a má da fita. Raramente se lembram que ela também estava sossegada na sua vidinha de sempre e não precisava procurar dissabores ao apaixonar-se por outra pessoa. Esquecem-se que também sofre ao sentir que está a desiludir meio mundo, a partir o coração aos mais queridos. Esquecem que também tem de começar tudo de novo e precisa de apoio para isso. É como diz o provérbio chinês. "Ama-me quando eu menos merecer, pois é quando eu mais preciso." No fundo é vítima desse tão aclamado amor, da paixão fora dos trâmites legais. É vítima e poucas vezes tem uma linha SOS para onde ligar.
Em relação a esta minha amiga, sou eu a linha de apoio, a única a saber da sua infidelidade. Por enquanto, porque ao que parece o escândalo está para rebentar. A mulher do outro descobriu que ele tem uma amante e já sabe que é ela. Acabou a brincadeira dos encontros às escondidas e a realidade bateu à porta. A paixão que a fez pôr o seu casamento em risco deu lugar à insegurança. Largava tudo por ele, mas ele tem uma filha. E se ele não larga tudo por ela? E se ele escolhe ficar com a mulher e a filha? E se a mulher vai contar ao marido dela? E se fica sozinha? É esperar para ver. Cenas dos próximos capítulos.


Tem graça, agora que falo nisso lembro-me de quanto este dito amor é instável. Grande parte das pessoas a quem conto estar envolvida com um homem quase casado confessa já ter estado numa situação semelhante. Ou andaram com homens casados ou foram as próprias a trair os esposos. A vida é inconstante. Num momento está tudo bem, no outro somos atingidos por uma flecha do cupido, que nos faz tremer, ou os nosso químicos alteram-se na presença da pessoa errada. Não dá para evitá-lo, só dá para ignorá-lo se possível. Andar uns dias doente e nunca esquecer o "e se". E se era com ele que eu ia ser mesmo feliz, que eu ia ficar completa?

sábado, 13 de janeiro de 2007

Rebound Guy

Para além de ser o meu salvador, o Nandinho também se transformou no meu rebound guy. É uma expressão inglesa para nomear aquela pessoa com quem estamos logo depois de sairmos de uma relação. É aquela pessoa que nos ajuda a voltar aos eixos, a endireitar, a ver a vida com um ânimo recuperado depois de uma desilusão. Ajuda a curar as feridas, ajuda a acreditar em nós de novo, a andar de cabeça erguida de novo. Não nos deixa desistir e obriga-nos a voltar ao activo, não esmorecer perante uma situação menos boa, não murchar. É tudo isto, e todos devíamos ter um.
O Nandinho é o meu. (Sim, telefonou-me ontem e voltámos ao activo.) Estava perdida na minha história com o João. Já não sabia o que fazer, não conseguia sair daquilo e começava a fazer-me mal. Deprimida, mal disposta, odiava quando me falavam dele. Começava a ficar doente, a desistir de tudo e a acostumar-me à vida de amante. Já pensava que tinha chegado ao fim da linha, que não havia mais para mim, era com aquilo que tinha de me contentar. Mas não era. Só precisava de atenção. Aí o Nandinho apareceu, entrou na minha vida de rompante, uma surpresa, como uma visita inesperada que acaba por ser a animação de uma festa, e soube ser o meu rebound guy melhor do que ninguém, por isso gosto dele.
Gosto dele porque faz aparecer o que há de melhor em mim. Gosto dele porque não me magoa, não me desilude, não me deixa pendurada. Gosto do Nandinho porque me procura enquanto dorme e me abraça, porque me chama mimalha, porque me dá prendinhas horrorosas e porque, quando se lembrava, me escrevia emails de apaixonar. Gosto do Nandinho, mas não me vejo a partilhar a vida com ele, não sinto o aperto no estômago quando o vejo.
É estranho este gostar do Nandinho. Num dia tenho saudades dele, no outro nem por isso. Tenho vontade de estar com ele, mas quando estou não sei o que estou a fazer. Sinto-me um pouco como adereço, como um extra na sua vida que não faz assim tanta falta. Mas gosto dele, pronto.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Tinha de ser gay

Já disse que gosto da Anatomia de Grey? E disse que o George é a minha personagem favorita? É quem eu mais gosto de ver. Gosto do seu ar trapalhão, de menino que não cresceu, da sua qualidade de ursinho de pelúcia que apetece agarrar e não largar mais. Tem daquelas bochechas descaídas que só apetece apertar. Gosto do George. É o bonzinho do clube. O apaixonado, o coitadinho, o que se declara e só leva porrada em cima, o que não faz mal a uma mosca e só quer ser amado. Tadinho do George. As mulheres gostam dos maus, os bonzinhos ficam sempre para trás, como apoio emocional para o caso de algo correr mal com os outros, os parvos e estúpidos. Nunca conheci um George e por isso adoro este. Queria um George na minha vida. Para apertar e fazer festinhas. Mas não há Georges. Estranhava até esta personagem. Nunca vi nenhum homem assim. Porquê? Porque o George é gay! Ou seja, o actor que faz de George é gay. Logo, é claro que é bonzinho para as mulheres. É amigo e confidente. É claro que um homem heterosexual não era capaz de fazer este papel tão bem. Nunca ia saber ser um George. Caramba, lá se vai a minha crença em homens queridos.

O meu salvador

Conheci o Nandinho no avião. Onde mais? Vinha distraída com a contagem de passageiros quando dei de caras com ele. Só consegui fugir e ir esconder-me na galley. Já o conhecia da televisão e da rádio. Até tinha ido assistir a uma palestra que deu há uns anos. Até tinha o livro dele, e uma passagem fotocopiada na parede do meu quarto. Achava-lhe graça. As minhas colegas acharam-me graça e foram pedir-lhe um autografo para mim. Uma vergonha, até corei.
Depois da história do avião trocámos emails. Numa noite em que saí e bebi demais trocámos sms e dp, quando cheguei a casa, telefonei-lhe. Combinámos encontrarmo-nos no dia seguinte. Era o nosso 1º encontro oficial. Tenho uma vaga ideia de como foi. Tive um acidente de automóvel nessa noite, e essas memórias sobrepuseram-se ao nosso passeio, deixou-o debaixo de nevoeiro.
Mas lembro-me de ter ficado assustada quando entrei no carro e ele me agarrou. Pensei que era um tarado psicopata. Não me conhecia e já me queria beijar e apertar. Quase fugi do carro. Depois disso lembro-me de ficar envergonhada quando me fez andar de mão dada com ele, quando me abraçava no meio de mil pessoas. Lembro-me de pensar que era louco se pensava que ia dormir com ele logo naquela primeira noite. Lembro-me de estar na viagem de regresso a casa e pensar que aquele tinha sido um dia muito estranho e que se calhar até podia ter ficado a dormir com ele, porque naquele momento já sentia falta das suas mãos teimosas em cima de mim.
E tive o acidente. No segundo do embate pensei que ia morrer. Foi a única coisa que me passou pela cabeça. Não vi a vida a passar diante dos meus olhos, não pensei na minha mãe, nem em ninguém. Só pensei "pronto, já está! É aqui que morro." Andei às voltas na estrada e destes 3 ou 4 segundos não me lembro de nada. Talvez só estivesse a fazer força para não morrer, a rezar para que nenhum carro me batesse, a pedir ao meu anjinho da guarda para desviar todos os carros que continuavam a passar. Não sei . Sei que quando saí do transe e vi que estava viva e sem nenhum arranhão pensei "o meu pai vai me matar". Depois telefonei ao Nandinho. Não sei porquê, foi a primeira pessoa a quem liguei, o primeiro nome que me veio à cabeça. Só depois pensei em seguros e em reboques. Só quando tudo estivesse resolvido é que ligaria à minha mãe.
Foi nesta noite que o Nandinho se tornou no meu salvador. De tarado psicopata subiu a uma categoria superior indefinida.
Foi ter comigo mal soube do acidente, e quando chegou abraçou-me. Abraçou-me e abraçou-me e eu achei que não havia lugar melhor para estar. O meu melhor abraço de sempre, aquele que veio quando era preciso e nem precisei pedir, aquele que diz que está tudo bem, que reconforta, que não deixa cair na tristeza. Já tive muitos acidentes, mas nunca tinha tido um abraço...
E assim o Nandinho se transforma no meu salvador.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Queria contar ao Nandinho as minhas últimas aventuras, mas ele já não me fala. Chateou-se com um email que lhe mandei, em que eu estava chateada, e deve ter achado que eu não valia a pena o tempo que ia gastar em lamúrias e queixas vindas da minha parte. Cortou-me da sua vida, assim, num piscar de olhos, sem aviso prévio. No segundo que enviei o dito email previ que isso ia acontecer. Mas na altura estava magoada, sentia-me humilhada, ofendida e queria lá saber que nunca mais falasse comigo. Era eu que não o queria ver mais. Idiota! Sempre que nos víamos insistia em dizer que não me via como sua namorada. Chegou a telefonar-me de propósito para me contar que a cartomante lhe tinha dito que eu não era a mulher da sua vida. Mas que conversa era esta? Alguém lhe tinha dito o contrário? Alguma vez eu lhe disse que íamos ficar juntos para o resto da vida? Na altura fingi que não tinha dado importância, mas não consegui, não me consegui calar. Tive de o confrontar com aquilo. Se mais alguma vez o ouvisse dizer que não me via no seu futuro explodia. Mas porque é insistia em dizê-lo? "Faço? Não tinha reparado. É porque tenho medo que te apaixones por mim". O meu estômago revirou-se. Medo que me apaixone?! Mas que raio de conversa é esta para se dizer à menina com quem se dorme? Dormia comigo, dava-me prendinhas, mimava-me e depois achava que só o facto de me dizer que não me via como namorada evitava que eu me apaixonasse por ele. Não é assim que se evita. Evita-se mantendo a distância, se deixasse de me ver, de falar comigo. Porque é que não o fazia? Porque gostava de ter sempre alguém disponível para o receber. Escrevi-o no email e ele seguiu o meu conselho. Deixou de me telefonar, de me procurar, nem responde aos meus mails...
Mas porque é que não podia ser ele a apaixonar-se por mim? Tem um comando no coração que liga e desliga quando quer? Ou será que me achava material de pouca qualidade para o acompanhar na vida pública? Será que se acha assim tão bom, tão merecedor de uma super mulher? Sabe lá se eu não sou uma. Ofendeu-me, pronto! Já não há reparo. Medo de eu ficar apaixonada.. Se calhar isso era mau, não?

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

A minha vida amorosa é complicada. Complicada, porque quero que seja complicada. Nunca fui obrigada a nada e tive muitas hipóteses para desistir de tudo. Mas não quis. Estava apaixonada. Estava enfiada num buraco desde os meus 18 anos. Um grande buraco porque agora tenho 26 e ainda não consegui sair dele. Estou a fazer progressos, finalmente estou a iniciar a escalada para escapar à prisão, mas ainda não tenho certezas de nada. O mundo dá tanta volta que amanhã posso voltar a estar apaixonada por ele. Vou chamar-lhe João.


Eu e o João.
Foi daquelas paixões fortes que nos tiram o sono e deixam mal dispostos. Foi daquelas paixões que começam mal e nunca se endireitam.

Eu e o João.
Conheci-o como o playboy da minha vilazinha. Até tinha a alcunha de ferrão profissional, se é que me entendem. Típico menino rico, loiro e de olho verde, com as meninas todas aos seus pés.
Achei-lhe graça, é claro. Ele também me achou graça e adicionou-me ao harém. Na estupidez dos meu 18 anos achei que gostava mesmo de mim. Na estupidez dos meus 19, 20, 21 anos continuei a achar que gostava mesmo de mim. Depois soube que namorava a sério com outra rapariga, mas continuei a pensar que gostava mesmo de mim. Era a esperança a falar mais alto. Neste caso devia tê-la matado logo no início, mas é pior do que os gatos, tem 3000 vidas e até hoje não morreu. Continua lá no fundo do meu cérebro a dizer-me que ele vai deixar a namorada para ficar comigo, porque na verdade gosta mesmo de mim. E com isto já lá vão 8 anos. 8 anos! O que eu podia ter feito em 8 anos?!
Deixei andar, contentei-me com os encontros secretos, com os telefonemas e os "tenho saudades tuas". Deixei de lado o meu sonho de casamento, de ter filhos, e achei graça à vida de amante. Consegui encontrar pontos positivos no ser a outra. Fiquei de tal forma viciada nele que qualquer tentativa que fizesse para acabar com tudo me deixava doente e caía na tentação mal aparecesse a primeira oferta para um encontro.


O João é a minha doença, o meu buraco negro. Deixa-me eufórica, feliz e animada e rancorosa, mal-humorada, irritadiça. É o meu tudo e o meu nada, a minha droga. Não consigo resistir-lhe embora goste cada vez menos dele. Irrita-me, deixa-me sem paciência. Mas quando chega perto de mim e me toca, o meu mundo vira do avesso e sou dele. Faz de mim o que quer. Uma das minhas melhores amigas diz que provavelmente vou continuar a encontrar-me com ele mesmo depois de casada e não sou capaz de contrariá-la. Acredito no que diz. Mas atenção homens deste mundo! Isto é uma probabilidade mal estudada. Não comecem já a pensar nos palitos que vos vou pôr. Se a coisa for séria não vou ter tempo para pensar noutro homem. Se não for séria é que o caso muda de figura.. Estou a brincar. Como já disse, nunca se sabe o dia de amanhã. E ao que parece, há hipóteses de isto acabar ou pelo menos diminuir a intensidade. Vou começar a tomar doses mais pequenas desta droga. Estou em recuperação. E o meu padrinho é o Nandinho. O meu salvador.

domingo, 7 de janeiro de 2007

Porque não?

Disseram-me que escrevia bem. "Porque não escreves um bolg?" Um blog? "Sim, um blog." Então está bem. E cá estou eu.
Regressava então de Lisboa... hum, se calhar é melhor explicar este regressava de Lisboa. É que sou de uma vilazinha do centro do país, mas como trabalho como assistente de bordo (vulgo hospedeira ou aeromoça para os irmãos brasileiros) divido a minha vida entre a vilazinha e Lisboa. É onde moro, onde tenho a minha família e a maior parte dos meu amigos. É a minha casa. Mas devido à profissão pago renda de uma casa em Lisboa, que partilho com outra aeromoça. Acabo por ser uma nómada, sempre com uma mochila atrás. Mas não sou daquelas que não se sentem presas a lugar algum. Estou presa à vilazinha. É o meu lar, onde estão as minhas raízes, e faça o que fizer vou sempre lá voltar.
Explicação dada, regressava eu de Lisboa, quando me deu uma inspiração súbita, veio-me à cabeça tudo o que vou escrever. Vai ser a minha vida, aqui, preto no branco. Não interessa se ou revelar segredos, se vou mostrar o meu eu mais íntimo a toda a gente. Não quero saber. Não tenho vergonha de nada e está na altura de algumas pessoas verem a luz.. Vou escrever tudo o que penso e depois logo se vê o resultado.
Por onde começo?
Pela vida sentimental, o meu maior problema? Fica mal, não fica? Afinal de contas quero escrever sobre os livros que vi, as coisas que vi na tv, o que se passa à minha volta. Não posso escrever só sobre a minha vida, não é assim tão interessante. Tem alguns precalços, algumas situações cabeludas, mas é daquelas vidas que se vão levando. Cada dia é um dia e amanhã tudo pode ser diferente.
Considero-me uma pessoa optimista, acho que tudo se resolve e a vida tem-mo mostrado. A minha mãe tem-mo mostrado. Ela é a maior e a melhor resolvedora de problemas que conheço e com quem só tenho de aprender.
Não sou de baixar a cabeça e aceitar as coisas. Correu mal, amanhã vai ser melhor. A esperança é a última a morrer, e para mim não morre nunca, nem mesmo quando deve. Há sempre o "e se?" E se ganho o euromilhões? E se sou aumentada no emprego? E se conheço o homem da minha vida no supermercado? E se ele me telefona? E se ele gosta de mim? A vida é inconstante, nunca sabemos o que nos pode acontecer. Por isso há que manter o espírio aberto e só esperar coisas boas. Elas aparecem quando menos esperamos.

;;