domingo, 28 de outubro de 2007

Segredo


Ele sempre se sentiu à vontade para falar dos seus casos, dos seus namoros, das suas aventuras, comigo ao lado, comigo a ouvir. Eu sempre me senti à vontade para lhe falar dos meus, para contar as últimas novidades do meu caso de anos, das minhas desventuras, das minhas conquistas. Talvez quisesse que soubesse que eu não vivia só por ele, que tivesse ciúmes até. E agora, que tudo isso acabou, que já não tenho ninguém, não lho consigo dizer. Não consigo dizer-lhe que estou sozinha, livre que nem um passarinho. Não consigo dizer-lhe que isso é mau, porque me faz ficar presa a ele, dependente como se fosse a minha tábua salvadora, que o torna na primeira pessoa em quem penso quando me sinto sozinha. É mau, porque se ele souber vai entender toda a minha boa vontade dos últimos tempos, vai pensar que me vou apaixonar por ele e vai acabar com o que está a correr tão bem. Digo-me que se isso acontecer não vai fazer uma grande mossa no meu viver, digo-me que nem vou chorar. Talvez sinta apenas falta de uma coisa ou de outra. Mas não quero que acabe porque está a correr bem.
Fico com o meu segredo.
Ou não?

Lua, lua

Ontem cheguei do trabalho bem cedo. Tão cedo, que na viagem para casa assisti ao nascer do sol e ao amanhecer. Mas a lua continuou lá. Acompanhou-me durante toda a viagem. E eu achei que lhe devia tirar umas fotografias. Enquanto ia a conduzir, com o telemóvel... Não sairam grande coisa, mas acho que pelo menos uma merece ser publicada.


É claro que à noite estava de volta, ainda na sua grandeza de lua cheia. E eu, armada em fotógrafa, fui para a janela do quarto tirar mais umas fotos.
Gosto da lua, fujo muitas vezes para lá quando vou no carro ao lado de alguém. De um alguém que conduz e não se cala, de alguém que me deixa nervosa, ou de alguém que me fez zangar, ou que me deixa sem palavras, ou alguém que me deixa sem saber o que fazer.


sábado, 27 de outubro de 2007

Se há vozes das quais gosto, uma é a deste senhor.
Quando o album saiu ouvia esta música pela letra e pelo significado. Agora só ouço pela voz do sr. dos One Republic. Tenho de ver se descubro como se chama. E nem é nada de se deitar fora...

terça-feira, 23 de outubro de 2007


Ainda nesse almoço, o meu amigo começou a contar a história de um pesadelo que envolvia uma quinta e uma namorada. Depois seguiu-se o encontro com uma ex-namorada que o beijou sem meias medidas. Veio ainda o nome de outra à baila e ele diz “essa também foi minha namorada”. E eu, sentadinha, quietinha ao seu lado, a bebericar a minha 7up e a fingir que estava tudo bem, que tudo tinha muita graça. E por dentro? Chamas que nem o Fido Dido era capaz de apagar. Ai ai que os ciúmes andam por aqui. Ciúmes que não podem existir, que não posso deixar crescer senão não penso em mais nada. Sim, porque o que há mais por estes lados é mulherio em cima do homem e ele não diz que não às ofertas. Tá-me cá a parecer que isto não vai correr bem. Para o meu lado.

Antes que haja confusões, este não é o amigo que me chama bailarina voadora, é outro. Ainda não inventei um nome para ele.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Homens!


Cenário: almoço no Pátio da Bagatela com um amigo meu e um amigo dele. Tinha ido buscar o meu amigo a casa e pelo caminho pusemos a conversa em dia. Até aí tudo bem, um cavalheiro. Mas quando nos juntámos ao seu amigo e os dois iniciaram uma conversa sobre filmes e programas de televisão choveram palavrões a torto e a direito. Ora eu pergunto “Porquê?”. Porque é que tem de sair uma asneira palavra sim, palavra não, quando dois homens se juntam?

Um aparte sobre este almoço: tive direito a conhecer o Zé Diogo Quintela, que é como quem diz, tivemos a conversa profunda do “olá, tudo bem?”, e ele desapareceu 5 minutos depois. Que maravilha.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Bailarina voadora

Tenho um amiguinho novo que me manda mensagens giras antes de adormecer, que me chama bailarina voadora. É um querido e mais um bocadinho apertava-lhe as bochechas e dizia-lhe bilu-bilu. A seu tempo até lhe podia dar uns beijinhos. O grande mal, o grande inconveniente é que a minha presença na sua vida era capaz de o desorientar, baralhar, deixar perdido, acabar com o seu mar calmo e trazer a tempestade da incerteza permanente sem nunca chegar a bom porto. Não pode ser. Não lhe vou fazer isso. Vai continuar a ser o meu amiguinho que me chama bailarina voadora e manda mensagens giras.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007


Cá está mais uma pérola dita na Anatomia de Grey:


The thing about addiction is that it never ends well. Because enventually whatever it is that was getting us high stops feeling good and starts to hurt.



Aquela Meredith diz umas coisas acertadas.


quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Cadê o H?

Se é coisa que me desilude é um homem não saber ser homem com H grande, ver aqueles que eu via como senhores, no alto do seu pedestal, cair lá de cima e estratelarem-se no chão tornando-se em miúdos chorões que caiem da bicicleta e arranham o joelho. O meu pai faz muito isto, faz-se senhor e miúdo passado uns segundos. Mas não é dele que vou escrever. Vou voltar ao capítulo do João, voltar a dizer como me desilude a cada dia que passa. Não pelas razões do costume. Não porque se esqueceu de mim, ou me ignorou na rua, ou não respondeu ao meu telefonema, ou faltou ao nosso encontro sem avisar, nem mesmo por ter preferido a namorada a mim durante estes anos todos. Desilude-me porque onde eu pensava haver um homem, já com 32 anos, não há mais nada que um cachopo. Um cachopo sem personalidade, sem atitudes próprias, sem vontades, sem capacidade de acção, de tomar uma decisão. Um miúdo que não faz nada para ter o que quer, que espera que as coisas lhe caiam do céu, que faz o que lhe mandam, e que, quando a vida não lhe corre como quer, amua, faz beicinho, faz-se de vítima da sociedade, culpa tudo e todos menos ele próprio. Esquece-se que é ele o responsável, que foi ele que não se mexeu, que não levantou um dedinho para alterar o rumo que a sua vida estava a tomar. E irrita-me. Irrita-me com as suas mensagens, com a sua atitude de coitadinho, apaga a imagem que tinha dele como um homem e deixa a de um ser sem espinha dorsal. E irrita-me! Irrita-me tanto que já nem respondo às suas provocações, como quando me acusa de falta de respeito por não lhe responder ao sms que mandou. E qual foi o sms que mandou?
“Bom dia. Posso telefonar-te hoje?”
Mas qual é o homem que pergunta se pode telefonar?! Se quer telefonar, telefona, arrisca! Quem é que pede ordem para telefonar a alguém?! Que idiota! Que idiota.

sábado, 6 de outubro de 2007

They're back!!

Já vi os dois primeiro episódios. Que maravilha!! Valeu a pena esperar só para ver estas cenas.
Se não quiserem estragar o momento de ver um episódio inteirinho sem saber como acaba não vejam este video. Se não aguentarem, deliciem-se com os melhores momentos do 1o episódio.


Ontem foi dia de casamento de um primo mais novo. Tive direito a momentos bons e momentos maus, com o tédio usual à mistura.

O bom foi :
  • ter o ego elevado pelos amigos do meu irmão, uma verdadeira legião de fãs;
  • um conhecido me ter dito que, apesar de não me ver há muito tempo, continuo no topo (da sua lista de beldades da terra, imagino)
  • beber uns belos litros de moscatel.

O mau foi :

  • perceber que não posso beber ou fico com vontade de fazer telefonemas idiotas, e entre beber e ter vontade de fazer telefonemas ou não beber, prefiro não beber;
  • perceber que estou a ficar velha e ver os pirralhos que me davam pontapés há uns anos feitos homens;
  • rever um dos meus melhores amigos, só conseguir dizer-lhe o impessoal "olá, tudo bem?" e finalmente aceitar que já era, que não vale a pena insistir naquela amizade;
  • voltar a casa com o nariz a pingar e a chocar uma constipação.

A foto é obra do meu irmão. Já com uns copos valentes, como se pode ver pelo enquadramento.



sexta-feira, 5 de outubro de 2007




Não foi lá grande coisa, o recínto era grande demais e dispersava as pessoas. Gosto de uma bela confusão e de um belo amassado de corpos. Para além disso as bebidas eram pagas, e caras, e só isso fez com que ficasse a anos luz da edição anterior no Santiago Alquimista. Quer dizer, a parte das bandas também se deteriorou. De Buraka passámos a Cool Hipnoise, mas podia ser pior.
Ficamos com fotos do que não vestir para ir a uma festa. Havia mais, mas não tinham boa qualidade.

Memories

Cheguei agora a casa do trabalho. Tive uma semana extenuante e posso dizer que me doi o corpo todo.
Enquanto conduzia de volta à terrinha para umas folgas merecidas, e tentava manter-me concentrada na estrada, uma música no rádio levou-me de volta ao carnaval de há 3 anos. Lembrei-me de um beijo roubado, contra uma parede num café escuro, apinhado e barulhento. O melhor de todos.

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