segunda-feira, 30 de abril de 2007
domingo, 29 de abril de 2007
Só que continuava com o João, continuava a falar com ele, a encontrar-me com ele, sem ter vontade de o fazer, sem saber porquê. Ria-me com as suas queixas de não lhe telefonar ou de já não querer estar com ele. Achava graça de o ver na minha posição de anos e anos. Era sempre eu quem reclamava. Ainda assim, continua a não me pôr no seu top de prioridades. Reclama que não quero estar com ele, mas quando cedo e digo “vá, vamos lá”, ignora-me, volta só a falar comigo passado 2 dias com a mesma conversa. “Não me ligas, já não gostas de mim”. Andámos 3 semanas nisto. E perdi a paciência. A gota de água, o que fez transbordar o copo foi a rica mensagem que me mandou hoje às 4 da manhã. “Caty, não sei se já casaste, mas continuo a amar-te”. Acordei com isto, estonteada. Mas que merda é esta? Está a brincar comigo? É que o meu nome está longe de ser Caty. Passei-me. Respondi que agora é que a tinha feito bonita, que devia estar mesmo à espera do golpe final. Na manhã seguinte tive resposta, não foi logo depois, esperou pela manhã seguinte porque aquilo nem tinha assim tanta importância, podia esperar. Escreveu que tinha sido a única maneira de chamar a minha atenção. E o pior, que golpe era esse de que eu falava? Mas será idiota?? Respondi como merecia. Esquece. Não me ligues mais.
Fechei os olhos e adormeci de novo. Não sinto nada, em relação ao João já estou anestesiada, já chorei tudo o que tinha para chorar, já tive as desilusões todas que tinha para ter. Foi um bocado estúpido isto ter sido tudo através de sms, pouco adulto. Mas antes assim, do que nunca o dizer. Foram 9 anos. 9 anos. Já estava na altura de acabar. Não posso dizer que me sinto aliviada, mas se dantes queria que me telefonasse, que me procurasse para pedir desculpa, agora nem o quero ver ou ouvir. Não quero saber dele. Não lhe desejo mal, como geralmente acontece nestas situações, nem tenho raiva dele. Quero que seja feliz. No entanto acho que é o rapaz mais burro e idiota que alguma vez conheci. Burro, idiota e estúpido.
quinta-feira, 26 de abril de 2007
Cá estão duas das t-shirts que comprei. Uma para oferecer, a outra para mim. Inspiradoras em certos dias. No meu caso na maior parte dos dias.
Revi hoje um episódio da Anatomia de Grey, dos melhores da 3ª série, e dei por mim a ler a tradução de uma das músicas da banda sonora. “Bitter song”, dos Butterfly Boucher. Reza a história: All I need is a bitter song to make me better. Much better.All I need to write is a bitter song to make me better. Much better. E não é que é verdade? Tem dias que só queremos ouvir músicas tristes, porque nos sentimos o pior do mundo, mas quando começamos a recuperar dá-nos para ouvir destas músicas, rancorosas, que prometem vingança, tipo Alanis Morisette You oghta know, ou Kelis I hate you so much right now. E compramos t-sirts como estas, achamos do sexo oposto o mais idiota que pode haver, que conseguimos bem viver sem ele. Começamos a remendar o partido desta maneira, a odiar tudo o que nos fez mal, a desejar-lhe o pior. Vai ficar sozinho e careca. Vai partir o dente da frente. Vai ser encornado pela namorada. É difícil deixá-lo ir e esperar que seja muito feliz quando nos deixa na pior. E começamos a reconstrução. Ouvimos as músicas que nos elevam o espírito. Quem perde és tu, nunca mais me vais ver, vais querer-me de volta e vou dizer que não, ainda vou ser muito feliz, etc., etc..
quarta-feira, 25 de abril de 2007
Pontos altos da viagem:
-as compras que fiz no mercado de Camdem (malas, sapatos e t-shirts com frases giras)
-os minutos que passei a rir e a sonhar com o meu futuro enquanto a Bel me falava de um amigo dela que me achava muita graça e me queria conhecer.
sábado, 21 de abril de 2007
Assim é que se vê quem não liga a quem.
Respondi: Nem sei que te diga. Olha lá bem para o teu telefone para ver se te liguei ou não. Só que não insisto quando não querem falar comigo.
Tenho muitas saudades tuas.
Há uns dias não tinhas.
Porque é que estás a dizer isso?
Porque desligas quando o assunto fica sério, ou não ligas quando achas que estou chateada. Perdes logo as saudades.
Eu perco logo, mas tu nunca tens saudades minhas
Aprendi a viver contigo longe.
Sinto uma grande indiferença. Estares comigo ou não é igual para ti.
És mesmo estúpido, não és? Indiferença é não querer saber. Se me chateio é porque me interesso, porque quero mais e melhor. Ou achas que é porque me apetece?
Porque é que ultimamente não me convidas para nada?
Achas que não convido ou és tu que não me ouves. Ainda me lembro de no outro dia te ter dito que era uma boa noite para irmos ao café.
Estou a ver que com tanta desculpa não queres saber de mim. Beijinho
E assim vejo que o que gostas é de me culpar. Será que sou mesmo eu quem falha nesta história?
No dia seguinte:
Quer acabar tudo, não é?
Tem graça. És sempre tu quem fala nisso.
Onde anda a menina?
Lisboa. Daqui a pouco volto à terrinha.
Ontem:
Não estás mesmo interessada em falar comigo. Não me ligas mesmo nada.
Queres levar-me ao café hoje?
Sem resposta.
Não respondes? I rest my case.
Depois ligou para perguntar o que queria dizer I rest my case. Tadito, inglês não é o seu forte. Não respondeu porque não podia. Já tinha coisas combinadas para aquela noite. Disse-lhe que lá sabia das suas prioridades. Que depois não se viesse queixar.
sexta-feira, 20 de abril de 2007
- Ó P, já viste a flor que está na sala? Se te casasses amanhã não precisavas mandar fazer um ramo, levava-la.
Fica aqui a flor. A primavera está em grande cá em casa este ano, pode ser que ainda mostre as orquídeas e as tulipas que crescem no nosso mini jardim.
quinta-feira, 19 de abril de 2007
Confesso que houve uma altura em que lhe achava graça, deve ter sido quando andei a pesquisar as tais fotos na internet, mas depois passou. Ficou apenas uma fotocópia de um excerto do livro dele colada à parede do meu quarto, que depois passou para o escritório, e ainda hoje aqui está a olhar para mim.
Pena é que o mesmo não aconteça com o Gary Barlow. Mas vou no domingo para Londres e pode ser que me cruze com ele. Estou esperançosa. Vai acontecer! Se aconteceu com os outros, porque não com este? Era capaz de desmaiar. Ou então de achar que estava na profissão errada, devia ser bruxa.
quarta-feira, 18 de abril de 2007
Hoje liguei-lhe. Lembrei-me que ele podia vir ter comigo, em vez de ser eu a ir a Lisboa. Assim estava nas mãos dele, via o quanto me queria ver ao fazer 100 km só para estar comigo. Só que o desgraçado não me atendeu. O que foi uma coisa boa, de estranhar que não esteja a fazer uma cena, a sentir-me ignorada, a mais desgraçada das mulheres. Na verdade sinto-me aliviada por não ter falado com ele, de não o ter convidado para nada, de não ter que o ver. Se nuns dias gosto dele, noutros não consigo ver nada de bom nele, não me imagino sequer a conversar com ele, a olhar para ele. Já disse que me custa muito olhar para ele? Que geralmente concentro o olhar na camisola, no chão, no que está ao seu lado, ou fecho mesmo os olhos. Acho que só gosto mesmo dele de olhos fechados. Hoje é um desses dias, dia de olhos fechados. Se tivesse de olhar para ele ia ter um troço.
Às vezes sonhamos coisas parvas, sem sentido. Eu já sonhei com o Bruce Willis, com situações impossíveis, com coisas que gostava que acontecessem, mas desta vez o meu sonho foi como uma premonição. Tenho a certeza que, se continuar no caminho em que estou, vou viver aquilo sem qualquer sombra de dúvida. Acordei chocada, aparvalhada, humilhada, com raiva, com desejo de vingança, e com a perfeita certeza de que aquilo me ia acontecer. No sonho até ameacei pessoas com uma tesoura, imagine-se o meu estado? Vou passar por aquela experiência se não me segurar agora, se não puxar as minhas rédeas. Já passei por coisas parecidas, sei como funcionam, só nunca consegui evitá-lo. Pode ser que agora, visto que já aprendi umas coisas, consiga.
terça-feira, 17 de abril de 2007
Ao menos portei-me bem. Fui uma mulher e só permiti uns beijinhos e uns abraços, umas enroscadelas no sofá enquanto víamos o CSI (acreditam que ele nunca tinha visto nenhum episódio?). Bati-lhe um pouco, uns estalitos que me dizia doerem a sério. Se não fosse para doer, porque o faria? Quem merece, merece. E voltei a casa, com a integridade intacta. Estou a ficar uma mulherzinha. Só é pena ter ficado a vontade de ter lá ficado.
Verdade, verdade, é que agora durmo que nem uma pedra.
Voltando ao dormir mal. É verdade, andava a dormir mal. Às vezes, por mais cansada que estivesse custava a adormecer. A cabeça teimava em dar voltas. Sempre a pensar, sempre a pensar. Em quê? Principalmente em homens. Um estava estúpido, com o outro não falava. Inventava mil cenários, mil diálogos, mil decisões. Finalmente comecei a dormir melhor. O meu eu independente ressuscitava. Cheguei até a ponderar com seriedade o fim da minha história com o João. Ele já não precisa de mim, já está restaurado, como novo. Parvinho como sempre. Reavaliava a história com o Nandinho. Tinha dado demasiada importância àquilo tudo. Sabia que mais tarde ou mais cedo ia reaparecer, tinha quase a certeza, ou talvez não. Comecei a sair com as amigas, a ir às compras, a planear coisas para as férias, e voltei a ser eu de novo, bem disposta, feliz com a vida. Voltei a adormecer mal punha a cabeça na almofada.
quinta-feira, 12 de abril de 2007
quarta-feira, 11 de abril de 2007
sábado, 7 de abril de 2007
A minha primeira reacção quando me disse que tinha uma oferta tentadora para aquela noite?
- Que bom para ti. Força, vai em frente. Porque é que a deixaste ir embora?
- Porque não te quero magoar.
- Magoar? Mas não me magoas. Somos só amigos, lembras? Não penso casar contigo. Para além disso sabes que não te sou fiel.
- Sim, é isso que me tranquiliza, saber que não estás assim tão apegada a mim.
E abraçava-me. Durante toda esta conversa estúpida, que deveria ser uma discussão acesa numa relação normal, foi o tempo que estivemos mais próximos na noite toda. Um beijinho aqui, outro ali. Um abraço depois do ‘vai ter com ela’, outro depois do não te quero magoar. E num instante, sem aviso prévio, desaparece do meu lado para ir à casa de banho. Deixou-me especada a falar sozinha. Aí começaram os problemas. Depois veio a história do dormir sozinho, depois o silêncio no carro, depois o chegar a casa e ver que me deixa ali abandonada. Pronto, chorei. Os copos que bebi também não ajudaram a ordenar as ideias.
Estarei a remexer demais neste assunto? A tentar emendar as coisas? Talvez.
Confesso ainda a vontade que tenho de lhe contar tudo isto, que foi tudo um mal entendido, but I know better than that. No momento não lhe faço falta. Nem neste nem no próximo. Não me vou forçar onde não me querem, como a minha mãe sempre me disse, a festas e baptizados não se vai sem ser convidado. Quando lhe fizer falta saberá onde me encontrar e na altura saberei se ele ainda me faz falta. Até lá faço as pazes com a minha consciência e renovo o meu eu independente.
Fica aqui uma das minhas canções favoritas, apropriada à semana passada.
"Been a painful road to a door that's closed
Been a gamble that I knew I couldn't win
Been a lonely conversation to this photograph of you
In the mirror there's a sing I must give in
So I'm not holding back the tears anymore
tryin' escape the heartache, tryin' escape emotion"
La la la...
in, Holding back the tears by Take That
Ignorem o cabelo. Na altura estava na moda.
quinta-feira, 5 de abril de 2007
O cenário era o seguinte: casal de namorados a jantar fora. Ela informa que vai passar 6 meses fora do país a trabalho, que é uma oportunidade de uma vida. Ele pergunta porquê, porquê se agora estão tão bem, se custou tanto a ficarem juntos. Ela diz que 6 meses passam num instante, que ele tem de entender, que o trabalho é muito importante, e que quem esperou 5 anos para estar com ela também espera 6 meses. Ele conforma-se, deixa o seu ar de cachorro abandonado e encara a situação. Está bem, pode ir trabalhar para fora, mas naquela noite vai dormir à sua casa. Momento chocante: Nem pensar, diz a menina senhora de si. Não gosta de se sentir como casal, como marido e mulher, é muito independente, não o quer na sua casa naquela noite, depois combinam alguma coisa para o fim-de-semana. E eu chocada a ver esta cena. Como é que se recusa um aquecedor de pés daqueles, da melhor qualidade? Como é que se dispensa uma massagem nas costas antes de adormecer? Um pequeno-almoço na cama? Será louca? Logo se vai arrepender…
quarta-feira, 4 de abril de 2007
Mas quis o destino que nascêssemos em países diferentes, que ele fosse famoso, adorado por milhões de mulheres, que eu não tivesse 18 anos quando nos encontrámos (sim, porque se tivesse mais 4 ou 5 anos não me tinha escapado), que se casasse e tivesse filhos, e que eu continuasse aqui à espera que me caísse de novo do céu. Mas tenho confiança! Vai acontecer. Ele não sabe, mas eu estou no seu destino, marcada na sua vida, nem que como tarada psicopata que um dia lhe vai aparecer à porta e oferecer para lavar a roupa, ou o chão, ou o que for. E quando me vir vai perceber que era à minha espera que tinha estado toda a vida. Vai mandar passear a mulher e vai instalar-me na sua mansão. Aí sim, vou começar a viver!
terça-feira, 3 de abril de 2007
Cheguei ao aeroporto e bebi mais um café. Até as luzes me cegavam! E de repente tenho uma visão. Começo a alucinar. Pisco os olhos para afastar as imagens irreais que me passavam pelos olhos, mas elas continuam lá. Mas será possível. Não estarei a ver coisas? A confundir pessoas? Perguntei às minhas colegas:
- Olha lá. Aquele não é o Edson Celulari? O marido da Cláudia Raia?
- Onde? Quem? Aquele? Não. Não me parece.
- A sério? É que a mim parece mesmo. Ou serão as luzes a cegar-me?
- Devem ser as luzes.
- Mas ele estava cá ontem. Pode ser ele…
Desisti. Já me estavam a ver como uma louca. Mas! Mas, quando foram embora, as minhas colegas passaram por ele e viraram-se para trás com os polegares para cima. Era mesmo ele.
Pensei: Isto é um sinal dos deuses. Tenho de lá ir apresentar-me. Não posso deixar esta oportunidade escapar. Eu sou a sua Lurdinha. Até me disseram que era meio parecida com ela. Tenho de lá ir. Quem quer ir comigo? Vamos lá tirar uma fotografia com o Edson!
E olharam para de mim de novo. Coitadinha, está louca. O que é que lhe vamos fazer, deixá-la dormir uma sesta ali, sentada no banco?
Quando olhei de novo já tinha desaparecido. O check in estava feito e foi à sua vidinha. E eu perdi uma oportunidade de ser mais aberta. Raios!
segunda-feira, 2 de abril de 2007
"Respiro fundo e lembro-me da força, que guardo dentro do meu corpo, espero que ela ouça..."
Muito bem! Da Weasel a inspirar!
domingo, 1 de abril de 2007
Para além da história ser engraçada o que mais me fez matutar foi o comentário da realizadora. Disse ter muitas amigas assim, que são giras e espertas e que se queixam de nunca conhecerem ninguém. E que depois passava uma tarde com elas e havia mil pessoas a tentarem meter-se com elas, mas elas não o percebiam. Não recebiam o sinal. Simplesmente não estão abertas a isso.
Percebi o meu mal. Estão sempre a dizer-me que devo ter muitos rapazes interessados em mim e respondo sempre que não. Não há nenhum. Se calhar sou eu que não o percebo, estou fechada, nada receptiva. Mas amanhã vou dar muito mais atenção aos homens que se cruzarem comigo. No supermercado, nas bombas de gasolina, aos seguranças do aeroporto e do centro comercial, ao assistente da Zara… Vão ser todos olhados profundamente e brindados com o meu melhor sorriso. Logo vejo se algum faz clique.