segunda-feira, 31 de dezembro de 2007


Tenho sempre o mesmo problema quando chega a hora das passas. Não vou com metas definidas e como aquilo é suposto ser uma passa por badalada, acabo sempre com a boca cheia e a desejar paz no mundo e saúde para os meus 5 vezes seguidas.
Desta vez vou com um papelinho escrito, tipo discurso em noite de óscares. Pode ser que assim não me desvie do que é importante. E essas coisas são:


1.Pagar o cartão de crédito por inteiro todos os meses
2.Que chova a sério uma vez por semana para me lavar o carro
3.Paz no mundo
4.Saúde para os meus
5.Férias nas Seychelles
6.Amor amor amor
7.Felicidade
8.Dinheiro
9.Saúde
10.(hummm, aqui já se começam a esgotar as hipóteses.... ahh, já sei) que tudo o que me desejarem recebam em troca a dobrar
11.Paz no mundooo...?
12.Que todos os que gostam de mim sejam felizes, felizes a sério. Os restantes, só um bocadinho. Gostassem de mim que logo viam o que era bom!

Tá feito!

sábado, 29 de dezembro de 2007

A Pequena Sereia
Kiss the girl

Under The Sea

2007


Olhando para trás, assim de repente, até me parece ter sido um ano bom. Notei algumas mudanças em mim, adquiri uma confiança que parecia escondida no sótão das minhas entranhas (isto é onde?). Tenho mais umas rugas. Não digam que não que eu sei que sim! Estão cá. Debaixo dos olhos, na testa, e é tudo fruto do meu maldito trabalho, que adoro, que me obriga a acordar de madrugada tantas vezes que me sinto abençoada no dia em que posso acordar às 9 da manhã. Ganhei também um dente novo. Sim! deixei de ser uma desdentada, que já não queria rir para as fotografias, com complexos, porque sabia que aquele espaço em branco ao fim da dentadura iria estar sob a luz da ribalta. Até as minhas gargalhadas começaram a ser contidas, e ocasionalmente ria com uma mãozinha à frente da boca. Como eu estava! O que faz não ter um dente.
Em casa tive os problemas do costume, o pai enlouquecido, o irmão que raramente ajuda, mas a mãe compôs tudo.
No trabalho tudo calmo, veio a prendinha no sapatinho no fim do ano. Vou começar uma etapa nova, mas isso já vai ser tudo em 2008. Em 2007 fica só a esperança para que corra tudo bem, o nervoso miudinho, a ansiedade.
E no amor? No amor não houve nada, até porque não há amor por estas bandas. Não há. Há relacionamentos, que duram, há o gostar de alguém ou de alguns, mas amor é coisa que não passa por aqui. Sim, porque o amor não me deixava fazer as coisas que faço, não me deixaria indecisa entre ir ter com um ou outro, ou talvez outro. O amor não me deixava andar de olhos arregalados a olhar para outros homens, a rezar para que me telefonassem ou deixassem uma mensagem só para saber como era. O amor não deixa. E eu sei-o. E fico feliz por isso, porque se ainda pensasse que era amor devia internar-me já no hospital psiquiátrico mais próximo para fazer uma daquelas curas em que andava tão drogada que me babava. Assim, enquanto o amor não vem, continuei com os meus dois senhores, os meus amos, os meus caprichos. Deixei de os ver com lentes cor de rosa, aceitei-os como são, e não quero mais nada deles do que o que me queiram dar. Deixei de andar atrás, de culpar, de exigir, de jogar. É o que é. Há que aproveitá-lo enquanto o certo não aparece, como diz a frase.
Mas o melhor de tudo, o melhor do ano, foram os amigos. Todas as idas ao japonês, com os olhos tortos de olhar para a passadeira que continuava a rolar. Partilharam-se confidências, gargalhadas, experiências a repetir, histórias a esquecer. Estiveram sempre lá. Uns novos, outros velhos, amigos de sempre.


Ahhhh, e talvez seja ainda cedo para lançar os foguetes, não me vá acontecer ainda alguma coisa, mas este ano NÃO BATI COM O CARRO!!!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Tradições


A minha tradição de Natal não é o bacalhau da consoada, não são as rabanadas, não é o estar com a família, nem o trocar de prendas. A minha tradição de Natal é: ir à prateleira dos cds em desuso, tirar o da Mariah Carey Merry Christmas, limpar o pó que se acumulou durante um ano, e ouvir durante os minutos seguintes a música All I want for Christmas enquanto acompanho com o meu canto esganiçado e bem alto. Normalmente faço estas figuras na autoestrada. Grito tanto que tusso e vêm-me as lágrimas aos olhos. O giro é que todos os anos canto a musiquinha com uma emoção diferente. Já estive esperançosa, desesperada, já chorei como se alguém tivesse morrido, já ri de contente, de estupidez, e, este ano, cantei sem saber para quem. Como aquela música “Goodnight my someone”. All I want for Christmas is you. Ah pois é, resta saber quem é o you.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007



Feliz Natal!!

domingo, 23 de dezembro de 2007

Jantar de Natal


Propôs-se a cozinhar-me o jantar. Ofereci a casa, ele os dotes culinários. Eu estava contente, feliz da vida, acabara de receber uma óptima notícia, um presente de Natal antecipado. Queria contar a todos, partilhar com todos a euforia que se espalhava por mim fora. Concordei ir ter com ele, não levantei nenhuma das minhas reivindicações do costume. Não me preocupei com o atraso que ia gerar quando combinei ir lanchar com a minha prima, quando parei na sapataria para ver a montra ou fui ao clube de vídeo alugar um filme para vermos. Tive de parar para pôr gasóleo. Mas ainda era cedo. Ele esperava. Sabia que sim. Não ia correr nada mal naquela noite, os deuses do Olimpo estavam finalmente do meu lado.
Consegui chegar primeiro. Ele ainda parara pela segunda vez no supermercado para comprar alguma coisa que se tinha esquecido. Aproveitei para fazer um telefonema e juntei-me a ele no caminho a casa quando chegou carregado com dois sacos. Já o conheço há anos, mas cozinhar para mim foi coisa que nunca tinha acontecido. Apesar de tudo, de ser mais uma asneira, mais uma acha para a fogueira, apreciei o momento. Gostei da familiaridade, da cumplicidade, no pôr a mesa enquanto ele descascava os alhos, ao me sentar no balcão da cozinha com um copo de vinho na mão enquanto ele mexia os camarões na frigideira. Sorri com orgulho enquanto lhe dava a boa nova e aqueci por dentro quando me deu os parabéns. Já não o via como aquele que era perfeito para mim, como o meu príncipe. Já lá vão os anos de desespero. Agora em vez de paixão tenho-lhe ternura, carinho. É oficialmente o meu Teddy Bear. É verdade. E isto não é uma coisa má. Sei que não. (A não ser que a namorada dele se lembre de me fazer uma espera e dar-me uma sova. Mas ela é fina de mais para isso.) Vimos um filme aninhados pela primeira vez, ri até chorar ao seu lado e ele pensou que eu estava louca. Pensei em falar-lhe do outro, dizer-lhe que havia outra pessoa, mas não tive coragem. Não quis estragar-lhe a noite. Adormeci, ele foi lavar a loiça e chegou a hora de ir embora.
Não o vou mudar, não quero que mude. Está bom assim.

Resta contar que enquanto preparava o jantar recebi um telefonema do outro toni. Que caraças! Sempre a mesma coisa. Combinam para me deixar louca, é? Fugi para a rua com a desculpa de ir comprar papel higiénico ao supermercado porque não havia em casa. Delirei. Delirei!E voltei com um jantar marcado para esta semana. E é nesta altura que me podem começar a chamar nomes. Estejam à vontade.

sábado, 22 de dezembro de 2007

Progressos



Passados 9 anos, 9 anos inteirinhos,

9 anos em que ri e chorei, em que me quis enterrar nos lençóis e em que quis sorrir para o mundo,

9 anos que não me levaram a lado nenhum, que só me ensinaram o que não fazer,

9 anos de humilhações, de nariz empinado, de eu sou mais eu,

9 anos de desilusões, de meias conquistas,

9 anos que me prendem ao passado, que me fazem pensar que o tempo não passou, que ainda tenho 18 anos e o conheci há meia dúzia de meses,

9 anos que se resumem a dias, a não eventos, a não histórias para contar aos netos,

9 anos de passeios pela praia, de encontros clandestinos,

9 anos de brincadeira, de asneiras, de fingimentos e mentiras.



Passados 9 anos de interacção tive direito à 1ª prenda de Natal, ao primeiro embrulho que se fez acompanhar por uma caixa de chocolates e uma garrafa de vinho. Talvez para o ano tenha direito à 1ª prenda de anos, ou talvez só daqui a outros 9 anos.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007


Tive um atrito com um toni. Uma coisa que me pareceu grave, que me deixou no chão, de orgulho ferido. Passei um dia com olhos de carneiro mal morto, mal disposta, com lágrimas à beira dos olhos. Uma coisa parva, o drama do mês. No mesmo dia o outro toni mandou-me uma mensagem, ligou e eu não atendi. No estado em que estava ia acabar por discutir com ele também. Ia ser capaz de ir buscar histórias ao baú das velharias e atirar-lhe com o dia em que não me telefonou há 5 anos atrás, ou com outra coisa qualquer ainda mais insignificante. Disse-lho através de um sms. Agora não estou bem disposta. Vais sair afectado por isso é melhor nem falar contigo. Ligo mais tarde. Liguei antes de ir dormir. Já me tinha rido com uma história de uma amiga, já era eu de novo, em todo o meu esplendor. Então, o que é que se passou? Foi no trabalho? Não, não foi nada. Já não interessa. Mas já não estás chateada? Não era comigo, pois não? Vá não stresses. Não vale a pena. Ai se ele soubesse do que estava a falar!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Na semana passada


Foi bonito ouvi-lo dizer que tinha dois amigos apaixonados por mim. Como chegou a essa conclusão? Ora, dantes não vinham connosco ao café e agora como tu vens estão sempre lá. Ah, sim? Olha que bom. Pena é não estarem disponíveis, senão eram umas boas conquistas.
Escrevi um texto novo, tens de o ler. É claro que diz que o gostar de alguém é exactamente o contrário ao que faço contigo. Eu contra mim falo. Vê lá se queres ficar já aí na rua a pedir boleia aos carros que passam!
Pois, e os meu amigos ali a meterem-se contigo mesmo à minha frente. Mas bem, o que é que eu vou fazer? Sim, o que é que vais fazer? Nada, porque nem vale a pena te dares ao trabalho. Encolhes os ombros e segues em frente. Há muito peixe no mar.
E os meus pais que te queriam adoptar? Vá, vem para a cama que faz frio.

Qual era o nome dos desenhos animados que vimos esta manhã?

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007


Babem-se!


Cheguei no primeiro dia a não querer ter ido. Queria ter ficado em Lisboa, com ele, havia tanta coisa para fazermos que tinha ficado incompleta. O que é que eu estava a fazer ao ir para fora naquele momento?
No segundo, esqueci-me do meu mundo. Era outra, feita turista, a absorver o modus operandi de nuestros hermanos.
No terceiro, ao ler um livro, já era o outro que eu queria. Já nos estava a ver juntos, numa daquelas cenas de arrancar roupa, beijos sôfregos e impacientes, às voltas pela sala até chocar contra uma parede.
No quarto dia, veio a incógnita. Ora, se tivesse de escolher entre um e o outro neste momento, ia ter um grande dilema. Não quero mesmo nenhum dos dois. Esta casa já merecia uma roupita nova, umas cortinas diferentes, umas coisas giras que lavassem a vista.
E regressei ao lar. Apática, triste por não ter ficado mais tempo, por não feito mais umas compras, comido mais uns churros e outras coisas apetitosas. Homens? Nem vem vê-los. Nenhum.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Almuñecar




Depois da neve, veio a praia. Dois climas opostos a uma hora de distância. Foi bom ver o sol (e os vendedores ambulantes a fugir da polícia).
O mau é que já acabou. 3a volto ao trabalho e logo com um dia daqueles que nem dá vontade de sair da cama.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Serra Nevada



Hoje estive aqui. Eu, a prima e as amigas. Subimos até lá a cima para... voltar a descer. Nada melhor para cansar o corpo e limpar a alma. Quando cheguei cá abaixo estava tão suja, conspurcada e deturpada como antes. Já não tenho remédio.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007


Tinha uma ida às compras planeada e, quando cheguei à casa dele para o apanhar, pediu-me para subir porque ainda estava a arrumar umas coisas e aquilo estava meio atrasado. A arrumar umas coisas? Sei... Vais arrancar-me a roupa, isso é que vais.
Subi as escadas o mais devagar que pude. Até ao terceiro andar, tentando não ficar ofegante, nem com o coração a bater a mil à hora, como fico sempre que chego lá a cima. E não é de ansiedade, nem de excitação. É mesmo do esforço. Aquelas escadas dão cabo de mim. Subi então as escadas, já com o meu discurso preparado. Despacha-te lá que já está a ficar tarde. O que é que andaste a fazer durante este tempo todo? E para lá quieto. Pronto, está bem. Vamos lá a isso. Já estava a ver o filme todo, e era de 3a categoria. Só que desta vez enganou-me bem. Se o meu coração já estava acelerado à conta das escadas, quase me saltou pela boca fora quando uma versão sua, feminina e com mais 30 anos, me abriu a porta. A mãe?! A mãe dele ali?! Não estava preparada para aquilo. Não estava NADA preparada para aquilo. E ele também podia ter avisado, não é verdade? Devia ter avisado. Podia ser que corasse um bocadinho menos, ou ficasse menos nervosa. O que valeu foi que a senhora era uma simpatia e tratou de me pôr à vontade. Nem questionou o facto do filho estar a receber visitas femininas em boxers. Imagino que esteja habituada. Já eu, não estou nada habituada a conhecer os pais dos homens com quem travo conhecimentos mais íntimos, principalmente sem aviso prévio. É claro que depois da mãe ainda apareceu o pai. Também simpático, a oferecer-me lanche e tudo. O coração foi acalmando e minuto a minuto fui ficando mais sossegada, menos paranóica. A senhora também começou a falar mais, a contar as viagens que fez, os sítios que conheceu. Falou da doença da gata, da doença do marido, do medo de ter trabalhado a vida toda e não ter netos a quem deixar a herança. E no fim, tcharam!! Já viu fotos do meu menino quando era pequenino? Era tão bonito. Olhe lá que lindo. Aqui tinha 3 anos. Aqui penso que já tinha 4 ou 5. E eu toda ria por dentro. Aí estava um momento da minha vida que não ia esquecer tão cedo.

Surpresa!

Há uma música no cd novo das Sugababes que diz:

Surprise
Why you call me up late at night?
Expecting me to want to die
I'm busy here with some other guy
It's good since you told me goodbye

Conheço um rapaz que devia ouvir destas coisas. Um ou dois.

sábado, 1 de dezembro de 2007

Acho que faz de propósito para que eu não ganhe asas. Não posso andar contente que me manda logo um balde de água fria à cara. E eu, depois do choque e do arrepio, ainda me rio e acho que fez muito bem. Estava a merecer aquilo. Não tinha nada de andar contente, nem de pensar que até estava tudo bem. Não está nada bem. É doentio!

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