segunda-feira, 30 de março de 2009

Família

Se há coisa que gosto é de estar com a família. Fui criada a ir jantar com os tios e os primos na casa da avó todos os domingos e lembro-me de tudo como se fosse ontem. Da mesa cheia, com todos à volta, da brincadeira no quarto de trás, de jogar ao quarto escuro, de tirarmos o colchão do divã para saltarmos nas molas como se fosse uma cama elástica e das corridas na rua cronometradas e assinaladas com a campainha da fábrica que era ali ao lado. Lembro-me de fazermos mini cafés com tofina no fim do jantar, que bebiamos como gente grande, e de estarmos todos reunidos à volta da televisão a ver o Justiceiro, depois o Macgyver, ou a Kananga do Japão. Era o terminar do fim de semana no seu melhor. Depois fomos crescendo, a avó adoecendo, e por fim, quando morreu, levou os jantares de domingo com ela. Ficámos só com o jantar de Natal, às vezes o almoço na Páscoa, e quando há tempo, festas de aniversário.
Na semana passada o meu pai fez anos e a minha mãe preparou-lhe uma festa surpresa. Teve a ajuda das minhas duas tias maternas, para preparar e arrumar tudo no dia seguinte. No fim de tudo arrumado, sentámo-nos as quatro à mesa para beber chá e comer bolo que tinha sobrado. Adoro ouvi-las falar de quando eram novas, elas que se conhecem há mais de 30 anos. Gosto de as ouvir partilhar o passado e o presente e ver que estão lá umas para as outras, que, apesar de se chatearem de vez em quando, sabem perdoar, sabem voltar à amizade que vem desde lá de trás. Somos família, no verdadeiro sentido da palavra.

domingo, 29 de março de 2009

Hawaii


Era um plano para o verão. Fomos convidados para o casamento da minha amiga japonesa(que agora mora lá) e que melhor desculpa para fugir para o paraíso? É tudo muito caro, é verdade. E vai ser uma extravagância! Mas agora temos mesmo de ir porque:



Já comprei os bilhetes de avião!



Agora só falta marcar o holtel e largar mais uns euritos. E o preço do aluguer de um carro? Já viram a exorbitância?? Vou ficar pobre. Vou ficar tão pobre que vou passar 2 anos a pagar a viagem.


terça-feira, 3 de março de 2009

Vida a dois

Passei os últimos dias, como já disse, feita gata borralheira. Como o moçoilo andava no turno das madrugadas, deixava que dormisse uma sesta enquanto eu andava para trás e para a frente com paninhos e esfregonas. Trabalho terminado saltava para a cama e acordava-o, ou melhor, tentava acordá-lo e obtinha respostas feias, deixa-me dormir e coisas piores. Aí amuava, pois tá claro. Então, anda uma pessoa a estafar-se para deixar a nossa casinha mais apresentável e ele manda-me passear. Esperei uma hora, pus a máquina a lavar, limpei a cozinha, e olhei para a rua para ver o que os vizinhos andavam a fazer. Passei pelo quarto e disse "são 5 da tarde, levanta-te". Nada de resposta. Fui tomar banho. Ainda nem tinha almoçado! Vesti-me e preparei-me para sair. "Onde vais?", disse meio a dormir. À rua. Levanta-te. Saí. Pelo caminho já pensava em ir embora para casa, deixava-o a dormir e logo havia de ver que não estava lá. Que raiva que sentia! Não era capaz de se levantar, sabendo que eu estava à espera dele! Quando cheguei a casa, já mais calma, mas ainda amuada, estava a haver uma perseguição na nossa rua, com direito a polícia de choque e tudo. Quando lhe disse saltou logo da cama para ver o que se passava. Parvalhão! Entretanto saímos e levou-me ao meu sítio favorito para comer hamburgers, depois fomos à Area comprar coisinhas e lá me passou a birra. À noite fez-me cházinho enquanto eu forrava as gavetas da cozinha.
Ontem, a conversa foi outra. Iniciei-me no ginásio lá da rua. Armada em esperta fiz logo o circuito todo praticamente em jejum (só tinha bebido um leitinho com chocolate). Cheguei a casa de rastos e só consegui deitar-me no sofá. O moçoilo estava no computador, mas quando lhe pedi para me fazer chá, saltou logo para a cozinha. Apareceu com chá e pãozinho com manteiga. Eu, enfadonha como estava, em vez de agradecer, reclamei. Ora, com pão com manteiga não se bebe chá, bebe-se tofina. Com chá come-se pão com doce, a não ser que sejam torradas. Assim dita o meu estômago. O mais-que-tudo não se fez de rogado. Fez-me a tofina, e voltou a levar-ma ao sofá onde eu estava prostrada há mais de uma hora. No fim disse-lhe para se deitar no sofá comigo, ele que era tão bonzinho para mim.

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