quinta-feira, 30 de junho de 2011

A sogrinha

Às vezes fico com o estômago às voltas só de ouvir a sua voz numa altura em que queria descanso, ou tenho de respirar fundo para não gritar quando a senhora me pergunta pela milésima vez se não quero ir lá a casa comer alguma coisa e repete os 30 mil pratos que tem para me oferecer, sem esquecer que pode sempre grelhar um bifinho. Mas a senhora tem bom coração, acha que eu estou magrinha. E apesar de já ter ouvido a história de como quase morreu aos 7 anos de idade com uma peritonite aguda, acho-lhe graça. Sai-se com cada uma, que tenho de me controlar para não rir na cara dela.

Hoje fomos as duas comer uns caracóis e beber uns panaches. Lá ouvi as queixas sobre a ex-nora e sobre o filho divorciado. Yada, yada, yada. No regresso pus-me a pensar que até na sogra tive sorte. Pós-me sempre à vontade e nunca teve segredos. Fui logo acolhida na família e sei que me vai ajudar sempre que precisar. Nada mau.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Serviço público

E para quando umas listas novas na segunda circular? Até a minha terra tem as estradas bem marcadas.

domingo, 26 de junho de 2011



A francesa lá do sítio ouvia esta música tantas vezes que me contagiou. Ainda hoje gosto de a ouvir e recordar aqueles belos tempos de juventude e inocência.

terça-feira, 14 de junho de 2011




Eu, pois está claro! Quando eles dão as mãozinhas porque pensam que vão morrer queimados pela incineradora, ou quando o Andy se está a despedir do Woody... Mas quem é que disse que este filme é para miúdos? São só cenas emocionalmente muito fortes!

domingo, 12 de junho de 2011



Com tramas de fazer chorar as pedrinhas da calçada e com protagonistas masculinos com dois nomes. Este, da Usurpadora era o Carlos Daniel, que eu achava um borracho. E já devia ter tino na cabeça porque já tinha 19 ou 20 anos quando passou em Portugal. Mas tino foi coisa que nunca abundou por aqui.



Cá está um clássico dos meus "teen years". Sempre que apanho na rádio paro tudo e começo a cantarolar. Era de uma novela da Globo, parece-me, daquelas que davam no canal 2.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

De molho

O meu marido, que é um gajo muito encalorado, achou que no dia em que as temperaturas baixaram é que era a altura ideal para dormir com a ventoinha ligada virada para a cama. O resultado adivinhou-se: ganhou uma mulher ranhosa, com a garganta a arranhar e que quando começa a espirrar só pára ao fim de 10 ou 15 atchins. A casa está de pantanas, a roupa por lavar e passar a ferro, (ajudou também que a senhora que vem cá umas horas ao sábado tenha faltado no último), e a única coisa que consegui fazer no último dia foi uma sopa de bebé, nas quais estou perita, e enfiar-me na cama a ler e a ver televisão enquanto suava que nem um cavalo para ver se ficava melhor para ir trabalhar hoje. Não fiquei, continuo ranhosa e fungosa, mas pelo menos já consigo andar sem sentir aquela névoa na cabeça e, felizmente, recebi uma chamadazinha abençoada da companhia a dizer que o meu voo tinha baixado de equipamento (para os leigos, quer dizer que passou para um avião mais pequeno com menos tripulantes) e como eu era quem tinha mais horas de trabalho (sim, farto-me de trabalhar) ia ficar em casa. Só vou trabalhar se alguém faltar. Olha que maravilha! E eu que estava cheia de medo de ir e rebentar um ouvido, só com preguiça de ir ao médico para pedir baixa.


Bem, isto tudo para dizer que nestes dias devorei os 11 episódios disponíveis da série "The Killing". É do género de Twin Peaks, em que a trama gira à volta da morte de uma adolescente e prende-nos ao ecrã. Vi um filme idiota, mas muito engraçado "Tucker and Dale vs. Evil" e li metade do Marina do Zafón, que se lê tão bem que devo acabar hoje.









Ah, e já que não vou trabalhar, vou passar a ferro. Pode ser que os vapores do ferro me desintupam o nariz.

terça-feira, 7 de junho de 2011

A Ressaca 2



As críticas não têm sido as melhores, mas eu gostei. Arrancou-me umas belas gargalhadas.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Sobre a greve

E pergunto eu: qual é o trabalhador que no seu perfeito juízo aceita trabalhar mais sem receber nada em troca? Nada? Nadica? Só uma pessoa muito altruísta que pensa muito no bem da empresa, que vê que o negócio está mau, que é preciso ajudar o patrão que, coitado, faz o melhor que pode para ajudar a manter os postos de trabalho de todos. Então e os trabalhadores de uma empresa que dá lucro, algumas vezes distribuídos por outros que não eles, em que o patrão ganha mais que o presidente da republica, em que se criam departamentos novos inúteis para dar um emprego ao primo do amigo? Ah, mas é o estado que obriga a cortar nos custos? Então e os voos novos que obrigaram a esta decisão de aumentar a carga de trabalho apenas a uma classe de trabalhadores, não pesam no lado dos lucros? Então e que tal ter formado pessoal novo, dar trabalho aos desempregados e ajudar a baixar a taxa de desemprego? Não me digam que o estado também não deixa admitir pessoal. E depois admiram-se que haja greve, "uma greve irresponsável, que vai dar prejuízos de milhões", dizem. A nossa greve de pessoal de cabine vai dar prejuízo de milhões, porque aqui há um tempo falou-se numa greve dos pilotos "por tempo indeterminado" a partir do dia 1 de Julho, e essa não ia dar prejuízo nenhum. Pois não, o pessoal de cabine é o mau da fita. É o pessoal de cabine que está sempre de férias, que não faz nada, só passeia de um lado para o outro, dizem eles. Não sabem que é o pessoal de cabine que fica com varizes de estar tanto tempo de pé, que é o pessoal de cabine que almoça às 4 da tarde, porque o serviço ao passageiro está primeiro. É o pessoal de cabine que dá o iogurte e a fruta da sua refeição à mãe desnaturada que não pensou em trazer comida para o seu filho. É o pessoal de cabine que carrega a mala da velhota que precisa de ajuda, e que se for preciso ainda a ajuda a ir à casa de banho com direito a ajudá-la a sentar na sanita e vestir-lhe as cuecas. É o pessoal de cabine que limpa o vomitado do passageiro mal disposto que não tem outro lugar onde se sentar. É o pessoal de cabine que tem de empurrar trolleys carregados de bebidas com as rodas empenadas. É o pessoal de cabine que se queima com o rebentamento dos pacotes de café. É o pessoal de cabine que bate com a cabeça no tecto, porque ouve uma turbulência inesperada e se estavam a fazer as preparações para o serviço. E tantas coisas que fazem de nós bruxos, maus da fita, porque a empresa é tão boa, tem tantos benefícios, paga sempre a horas, e não vamos esquecer o facto de nos ter dado o emprego precioso, aquele que fomos nós que escolhemos. Mas é uma empresa que discrimina uma classe inteira, aquela classe que dá a cara por todos aqueles empregos sentados à secretária que estão por detrás de um bilhete de avião, que ouve a reclamação de um passageiro por algum erro feito noutro departamento e a acata como sua, porque afinal somos todos da mesma família. Mas como em todas as famílias, uns são filhos, os outros enteados. E se há coisas que me irritam é que tentem passar uma imagem errada pelos media, para tentar atribuir o erro a quem não tem culpa. Espero que a coisa se resolva antes de haver greve, mas se não acontecer, é bem feito. E não me venham com conversas de que a culpa é do pessoal de cabine PORQUE NÃO É e a minha consciência está tranquila.

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