segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Agora acordo sempre cedo e tenho tempo para andar a pastelar antes de ir trabalhar.
O mau é que quando chego vou directa à cama.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Emails antigos


E na minha vida errante de mulher solteira, em que fazia asneiras atrás de asneiras, apaixonei-me por este rapaz que me escrevia coisas tão giras. Lembro-me de pensar que o melhor daquela relação eram os emails que trocávamos nos primeiros dias. Foi triste quando acabaram e levaram com eles todo o encanto daquela relação condenada ao fracasso. Guardo-os como medalhas de batalha, como lembrança de tempos felizes, de uma vida diferente.

Assim escreveu ele, uma semana depois de nosso primeiro encontro, quando fui de férias para o Brasil:

é uma espécie de guerra fria, queria ver quantos dias estarias tu sem me enviar uma mensagem. Parabéns, conseguiste 3 dias o que só por si te deverá render uma trincadela de orelhas ou coisa assim. Não sei se tens visto os jornais, mas aqui em Portugal as coisas mudaram muito desde que te foste embora. O governo caiu. A av. da Liberdade mudou-se para cascais. Já há TGV e a viagem Porto Lisboa faz-me com uma rapidez que não calculas.

Saíste mas ficou um pouco de ti. Voaste mas eu fiquei colado ao chão e agora quando passam os aviões olho para o céu como se fosse para e pergunto-me "Será que ela vai ali!?" " Será que cansada do brasil, não aguentando as saudades aqui do giro, regressou mais cedo e veio-me visitar trazendo chás exóticos para bebermos agarrados? e quando penso nisto grito, muito, olhando para o céu grito o teu nome como se tivesse acabado de perder um filho . E os populares a dizerem: Ohh homem acalme-se lá!" e eu a berrar com mais força "Tenha lá calma senhor, essa maldita mulheer há-de regressar" e em prantos levanto-me mas a minha expressão facial diz que ainda estou ajoelhado naquele chão a pedir o teu regresso e homens e mulheres choram comigo a tua ausência e o choro converte-se numa inundação imensa, e as cidades alagam-se quando soa o teu nome e as cheias começam, de santarém a setúbal, do minho ao algarve, por todo o lado os bombeiros saiem furiosos dos quarteis  naquilo a que já se denomina como o furacão Patricia.

Adiante. folgo em saber que há uns baianos - mariconsos dum raio - que se fazem a ti. Não gosto, não acho bem e tivesses aqui e estarias a ser repreendido com uma chibatinha que eu tenho aqui. aliás, vamos lá a criar situação, para percebermos o que é que eu pretendo de ti quando baiano se aproximar:

Baiano mariconso: oi garota, tudo bem com você?
Patricinha A****: não, claro que não, você apareceu!
baiano mariconso: Ouvi dizer que você é aeromoça?
Patricinha A****: é sou sim e vou fazer voar também você daqui. Sai fora, seu cachorro! Não tenho o menor saco para brasileiro e sinceramente estou apaixonada por um caro de portugau. lindo,inteligente, bem falante e cara, tou mortinha, por voltar a portugau para fazer as contas com ele, é , é isso aí!

portanto é isto que tens que dizer, nem mais menos, nada de conversas e vai mas é para a praia porque pode ser que vejas um arrastão. Podem levar tudo, menos roubar-te a ti!

beijos. muitos. Para a garota mais gostosa do Brasil!
Escrito a 29 de Outubro de 2006.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Ao telefone

Uma colega disse-me uma vez que fazia mal em telefonar sempre ao meu marido quando chego, quando vou dormir, quando saio para algum lado. Fica mal habituado, disse, e depois o caldo entorna quando algum desses telefonemas falha. A verdade é que continuo a telefonar-lhe na mesma. A distância não encurta, mas gosto que seja com ele que falo primeiro quando acordo e por último quando vou dormir. Gosto de lhe ligar a meio do dia, só para o ouvir, nem que seja para que me diga que não se passa nada. Gosto quando ele faz o mesmo. O roaming é caro, mas nada paga o estar a milhares de quilómetros de distância e poder ouvir a voz dele.
Mas voltando à questão do mal habituado. Tem o seu quê de verdade. Basta falhar num destes telefonemas para o senhor amuar. Tudo bem que estava em África, que podia ser perigoso, mas cheguei ao hotel às 5 da manhã na primeira noite. Não lhe ia telefonar a essa hora. Ainda nem sabia se lhe devia dizer que tinha chegado a essa hora tendo em conta que quando saímos não aguento para além das duas da manhã. Mas disse, que não lhe consigo esconder nada. Ganhei dois dias de respostas secas. E eu cheia de histórias para contar, a falar para uma parede. Xiça que enerva!
Deixei que esquecesse o assunto, agi como se não se passasse nada. E ele esqueceu.

Está-me a parecer que já posso tirar a roupa de Inverno para fora. Isto já não vai lá só com casaquinhos de malha.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

QUERO VER!


Sinto arrepios de emoção só de ver o trailer. Adorei todos os filmes destes criadores, especialmente o Castelo Andante, e tenho a certeza que vou adorar este. Já me estou a ver a chorar e a torcer por eles. E esta história lembra-me tanto da minha infância. Não havia uns desenhos animados ou uma série baseada neste livro?

Ken

O Ken é o nosso condutor designado. Ganhou a sorte grande quando consegui este trabalhinho com os tripulantes que querem passear por Accra fora e consegue ganhar mais num dia do que provavelmente numa semana. E faz por ser o melhor. Nestes dois dias em que andei como sua passageira vi-o como motorista, guia turístico, entremediário e até guarda costas. Às tantas até o via como um pai vigilante.
Foi com ele que aprendi algumas coisas sobre a cultura do Gana.
Contou-nos como é importante o núcleo familiar. Como todos devem obedecer ao chefe da família e responder aos pedidos dos mais velhos. Tem um sobrinho nos EUA, que casou com uma branca e preocupa-o que a mulher dele não compreenda que se ele, o tio, lhe pedir, por exemplo, que me fosse buscar ao aeroporto em Miami, ele tinha de atender ao pedido.
Contou-nos como o olham de lado por falar connosco "gente branca tão importante", como são um povo fechado aos costumes dos outros. Seria impensável para eles falar com alguém, mesmo da mesma cor, que trabalhasse num posto superior, como o da aviação. O normal é nem olhar quando passam. O Ken diz que são todos idiotas, que quando está connosco quer absorver tudo o que temos de bom. Quer aprender os nossos costumes. Se gosta do nosso perfume, quer saber qual é para comprar um igual. Quando me viu a dividir umas tangerinas com todos, disse que isso era impensável no meio deles. Partilha, só com a família.
Os muçulmanos do Gana são um povo sujo, e sem objectivos de vida. Andam por ali sem propósitos. Se falarmos mais de um minuto com eles acham que estamos a faltar-lhes ao respeito. Conduzem como loucos, como se não houvesse mais ninguém na estrada.
Na praia, disse ser estranho ver-nos de biquíni. O povo de lá toma banho vestido. Poucos sabem nadar.
Quando uns nigerianos se meteram connosco no segundo dia, perguntou-lhes logo o que queriam e disse-lhes que seguissem com a sua vida e nos deixassem em paz. Ofende-o essa "conversa da treta". Segundo ele, aquela gente só traz problemas. As praias estão desertas durante a semana, porque são dias de trabalhar. Se estás na praia na segunda feira, ou és irresponsável ou criminoso.
O Ken perdeu uma das filhas há pouco tempo. Não fala muito da família, só sabemos que tem 2 filhas com 18 e 15 anos, e um menino com 12. Tem uma quinta onde cria porcos, mas não gosta da carne.
Contou que guardou umas sandes no frigorífico que um colega lhe levou e que as comeu durante duas semanas. Pão com duas semanas? Mas estava bom? Diz que sim.









É justo mencionar que para aqui chegarmos demoramos mais de hora e meia num trânsito de loucos. Mas vale a pena quando percebemos que temos a praia só para nós.

domingo, 23 de outubro de 2011

Accra

Estou em Accra, no Gana. Onde? Pergunta a Cátia da Casa dos Segredos. Ali no corno do continente africano?
Tenho pouca experiência com o continente africano. Estreei-me no início do mês com a ida a Cabo Verde e isso foi coisa de resort, não se pode comparar com o andar no meio dos nativos. Foi o que fiz desta vez, eu e a tripulação inteira.
Começámos por sair na noite em que chegámos. A maior parte dos colegas já era experiente nestas andanças e sabia exactamente onde ir. Geralmente torço o nariz a sair à noite quando sei que me espera uma acordar cedo no dia seguinte e um dia de praia, mas não é todos os dias que se vem ao Gana, e fui ver como era. Uma coisa é certa: gostam todos de dançar. Não havia um pézinho parado. As moças andam de saltos altos stiletto, que me faziam confusão só de ver como se equilibravam com aquele movimento todo, e uns microvestidos que terminavam mesmo abaixo do rabo. (E eu vestida à safari com umas sapatilhas Merrel nos pés que mais parecia que ia para as obras...)  Os rapazes, meio atrevidotes, a querer dançar "à africana", que é como quem diz coladinho, mas boas ondas, percebiam onde não eram  queridos.
Chegámos às 5 da manhã ao hotel e eu, arrependidíssima de ter ido, porque se há coisa que priveligio é o meu sono, e esse ia ficar seriamente prejudicado.
Hoje, 9 da manhã e de pé para seguir para a praia. Deu para ver a cidade, uma cidade muito diferente do nosso conceito. Prédios são poucos, muitos bairros habitacionais, nenhuma "baixa", e uma avenida enorme de barracas onde se vende de tudo na rua. Vendedores ambulantes é o mais normal. Andam no meio da estrada com sacos enormes na cabeça e a melhor postura já alguma vez vista, a vender pelas janelas dos carros. Água, sumos, bolachas, pastilhas elásticas, grandes inhames. O que for. Gente branca nesta avenida, acho que só mesmo nós.
A condução dos locais é de loucos, em vez de pisca quando ultrapassam buzinam e mandam-se para a frente uns dos outros à maluca. A estrada que nos levava à praia, Bojo Beach, estende-se por uns 5 km de terra batida e mais de 20 000 buracos. É sem dúvida o pesadelo de qualquer condutor.
E depois chegamos à praia. Uma maravilha. Um mar quentinho. Uma temperatura perfeita.
Amanhã há mais que isto já se está a alongar e a ficar chato.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Não há discussões sobre quem vai levar o lixo à rua.

Começou a aquecer.
Parou de arrefecer.
Deixou de fazer aquele barulho horroroso pela noite fora que nos diz que está vivo e de boa saúde.
Deixámo-lo descansar uns dias e pareceu recuperar da maleita, mas poucos dias depois estava na mesma: quentinho, silencioso.
Chamámos o senhor doutor e dez minutos e 50 euros (!!!) depois deu-nos a má notícia. "É para abater. Não há nada a fazer."
Mas era uma criança, só tinha 2 anos e meio. Como é que isto foi acontecer?
Resta chamar o coveiro para enterrar o defunto. Logo haverá outro para o substituir.
Adeus frigorífico! Que sejas feliz no ferro velho da beira da estrada. Ou seja lá onde vos enterram.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Achava que a música dos Roupa Nova era sobre uma senhora chamada Dona. Dóna e não Dôna.


Há dias em que se junta uma tripulação de boa gente e aqui a reclusa que geralmente chega e se enfia no quarto decide aproveitar o bom que o trabalho oferece e sair para jantar com ela. Ontem acabámos no bar do terraço no hotel Porto Palácio. A vista para a cidade do Porto é fenomenal, o serviço excelente e dá para passar um bom momento sossegado. Aproveitei para pôr o meu eu Sexo e a Cidade e pedi um Cosmopolitan. Segundo o colega que estava ao meu lado, sou a Charlotte da série. Será?

terça-feira, 11 de outubro de 2011

E não me apetece nada.

domingo, 9 de outubro de 2011


Achava que os Guns'n'Roses tinham dois vocalistas, um bonzinho e outro mau. Nem me passava pela cabeça que pudesse ser o mesmo homem, que simplesmente fazia a barba.


A Bimby da minha mãe veio fazer-nos uma visita. A intenção é perceber se começo a cozinhar com mais frequência, mas parece-me que o problema não é a falta de vontade de cozinhar, é a falta de vontade de ir ao supermercado. A ver vamos. Até pode ser que o rapaz se anime com o livro de receitas e com os botõezinhos e corra já para o Continente.

E continuamos com o frigorífico avariado, que agora parece ter vontade própria. Ora arrefece, ora deixa de funcionar. Ora congela, ora só mantém congelado. 

Cabaz da Pipoca

Cheguei agora a casa depois da produção para o passatempo do mega cabaz da Pipoca. Estou morta de cansaço e se não ganhar nem que seja o 3º prémio juro que tenho um desgosto. Meto baixa psicológica e tudo. Merecia, só pelo trabalhinho que tive, pela agonia que sofri e pelo tempo que roubei aos meus primos que me ajudaram prontamente. Ainda não vi o resultado final, mas tenho a certeza que vai estar digno de ir para a exposição da world press photo.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Uma pessoa vem de férias e cai na cama com o desgosto. Ele é intestinos desarranjados, ele é nariz entupido e garganta a arranhar, ele é acordar às 4 da manhã com a boca toda seca e quase sem conseguir respirar. Comi uma torrada ao pequeno almoço que me soube a papel. Já o marido também está com uma inflamação no olho digna de ida ao oftalmologista. Eu fugi para casa dos papás, ele ficou sobre a alçada da sua mãezinha. Voltamos a reunir-nos com plena saúde.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Chama-se frigorifico. Está para ali largado à espera que alguém faça alguma coisa dele.

terça-feira, 4 de outubro de 2011



E soube a pouco. Foram só 3 dias de praia e calor abrasador, numa escapadinha para comemorar o primeiro aniversário de casamento e arrastámo-nos  de volta para casa com planos de voltar já na próxima oportunidade. Veio connosco o escaldão e a areia no fundo da mala.

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