quarta-feira, 1 de agosto de 2012

À boleia

Quis o destino (e as autoridades) que eu ficasse sem carta de condução durante dois meses. Escrevi uma carta, pedi perdão pelos meus pecados, mas a penitencia estava aí para ser cumprida. Que fazer? Encolher os ombros e seguir em frente. Podia ser uma coisa pior e, no meio do azar, a sorte estava do meu lado. Por um lado, o meu carro deu muito jeito ao meu pai, que andava à boleia desde que se despistara e dera cabo do carro que me levou à igreja no dia do meu casamento. (Aí está uma história bonita para contar aos netos.) Por outro o abençoado metro do aeroporto abriu as suas portas no momento exacto. E eis que voltei a andar nos transportes públicos and started loving every minute! Tem umas coisinhas chatas chamadas escadas, daquelas que se tem de subir a pé e com uma mala às costas não dá muito jeito. Os elevadores das estações estão nos pontos opostos de onde são precisos e cheira-me que é de propósito. E quando há escadas rolantes em metade das vezes estão paradas. Que fazer? Há que subir que faz aos gémeos e aos gluteos. Mas o bom da coisa é que na hora e meia que levo a chegar a casa leio que me farto, mergulho noutros mundos que iam ficando perdidos por falta de tempo. Acho que nunca li tantos livros em tão pouco tempo. Estou a adorar. Não fosse a chatice que meu senhor tem volta e meia quando chego a horas estapafúrdias e tem de me ir buscar, ficava sem conduzir mais uns meses até terminar a minha to read list.

Tenho ainda a dizer que fiquei com a lagrima no canto do olho quando as minhas amigas se ofereceram para me ir buscar sempre que precisasse. Estão cá dentro!


E já agora, informo que este post está a ser escrito no expresso, que já um meio de transporte muito moderno e tem internet Wi-Fi grátis.
Pelos caminhos de Portugal, ligada ao mundo, subscrevo.

1 Comment:

  1. Patricia Sousa said...
    ora viste.... quem diria :)
    bjs

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