sexta-feira, 6 de junho de 2014
E eis que, 5 meses depois, volto a ter as unhas arranjadas, o cabelo pintado e a depilação feita. Tudo ao mesmo tempo! Aos bocadinhos vamos lá. Deixar de ser mãe a 100% e a começar a misturar um pouco de mim própria no que vai ser o novo eu. Não é fácil.
domingo, 18 de maio de 2014
Sempre torci o nariz quando via fazer a coisa, não havia de ser eu a fazer aquilo, que esquisitice. Mas como pela boca morre o peixe, tornou-se na minha coisa favorita de todos os tempos. Adoro dar beijinhos na boca da minha filha. A-d-o-r-o!
sexta-feira, 9 de maio de 2014
Tenho saudades de beber um copo de vinho verde fresquinho. E é só. Por agora.
sexta-feira, 4 de abril de 2014
Cheia de dores, comecei a chorar porque podia estar com um ataque cardíaco e ia deixar a minha filha sem mãe tão pequenina. E quem é que lhe ia dar de mamar? Será que o pai ia saber preparar-lhe o leite? Ele nem deve saber onde estão os biberões.
terça-feira, 1 de abril de 2014
Ainda acho estranho quando me ouço dizer "a mãe está aqui" ou "a minha filha", embora me saia com naturalidade. A informação vai assentando aos poucos.
Tento dá-la ao mundo. Esconder a cara na asa quando pegam nela e me roo de ciúmes. Já não estou tão mal como nos primeiros dias em que me queria fechar num quarto sozinha com ela e o pai e nem a minha mãe teria ordem para entrar. Aquece-me o coração quando sente a minha falta, quando só se acalma ao meu colo. Sei que esta dependência não é inteiramente saudável, mas faz-me sentir a pessoa mais importante na vida dela. Começo a temer o dia em que tiver de voltar ao trabalho, penso nisso todos os dias.
Ela sorri. Sorri muito. Já adormece sozinha (na maior parte das noites) e deixa-me dormir 5 e 6 horas de seguida. Fala comigo como se fosse adulta, olha-me como se percebesse tudo o que digo. Faz-me querer dar-lhe o melhor do mundo. Todos os dias há descobertas novas que me deixam maravilhada. Cresce tão rápido…
A ficção com crianças assassinadas faz-me mais impressão. As notícias sobre crianças chocam-me mais (mas felizmente não tenho o hábito de ver noticiários).
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
Nunca pensei ser daquelas pessoas que cai nos clichés da maternidade, mas se há frase que passa em loop na minha cabeça nos últimos dias é aquela que ouvimos dia sim dia não: Aproveita que o tempo passa a correr. Passa mesmo. Ainda ontem saí de casa rumo ao hospital, ainda ontem passou o efeito da anestesia e senti dores a cada movimento que fazia da cintura para baixo, e hoje já esfreguei a banheira de cócoras e tenho a costura praticamente cicatrizada.
Mas quem é que quer saber de mim? Agora é tudo sobre ela. Nicknames: ratinha, macaquinha e bicha. Ema só quando chora e lhe perguntamos o que é que se passa, como se ela respondesse. Quando vejo como cresce, dá-me um nó na garganta. Queria parar no tempo, deixá-la sempre pequenina, bebézinha. Já temo o dia em que tenho de voltar ao trabalho e deixá-la. Cresce todos os dias. Ainda ontem não tinha pestanas, hoje já dá para pôr rimel. Adoro as refegas nas perninhas, o bigode de leite quando acaba de mamar, a boca aberta quando dorme, a loucura com a chucha quando se agarra a ela como se estivesse desesperada e tudo nela, até quando começa a resmungar na cama com fome às 3 da manhã.
sábado, 11 de janeiro de 2014
- Os pés parecem os de um elefante, como nunca pensei possível.
- As leggings de grávida já têm um buraco entre as pernas.
- Os collants de grávida já têm um buraco entre as pernas.
- A placenta está calcificada e não deixa a miúda crescer ao ritmo que devia.
- Devemos voltar à nossa casa hoje, depois de 3 meses de obras.
- Começa a contagem decrescente: 3-2-1… Terça-feira já cá está!
quinta-feira, 9 de janeiro de 2014
Uma gaja acordar de madrugada, sabe-se lá porquê, e a primeira coisa que lhe vem à cabeça é que tem de limpar o frigorífico com vinagre, limpar as gavetas, pôr silicone nas juntas, e fazer compras no continente.
Diz que é uma cena de fim de gravidez, mas eu gostava mais de ter ficado na cama mais um bocadinho a sonhar com coisas melhores para fazer.
domingo, 5 de janeiro de 2014
Tirando todos aqueles senãos que fazem parte da gravidez, que tenho relatado aqui ao longo das semanas, até tenho tido muita sorte. Podia ter sido pior. Uma pessoa ouve tanta coisa que só tenho de estar agradecida pelos meus problemas menores ao pé de tanta coisa que acontece durante este período de tempo na vida de uma mulher. Ainda consigo dormir em condições (apesar de ter começado a ressonar que nem uma porca nesta última semana - até de boca fechada) e só me levanto em média uma vez para ir à casa de banho. Consigo vestir-me sozinha, com alguma dificuldade, mas sozinha. A azia vai e vem com rapidez. Comi tudo o que me apeteceu sem qualquer problema (tirando o belo do marisco). Andei tranquila com tudo o que tinha a ver com a gravidez, sem stress, mesmo perante as adversidades. Sou daquelas que pensa sempre que tudo se resolve, que tudo vai correr bem. Até ontem.
Ontem pus-me a ver um vídeo de uma cesariana ao vivo. Já tinha visto há uns anos e sabia o que era, mas vê-lo agora, tão perto da altura em que me pode acontecer, deixou-me os nervos em franja. Cortarem-me a barriguinha? Ai dios mio! Mas espera, pode ser que ainda vire. Deixa-me cá ver um vídeo de um parto natural. Pior ainda. Mas quem é que me mandou obedecer à lei da natureza e procriar? Mas quem é que me mandou ir ver os vídeos nesta altura do campeonato? Não ia eu muito mais descansada só com a memória do que tinha visto há perto de 10 anos atrás? Que caneco!