sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

O que é que eu tenho para lhe dizer neste momento de graça? Poucas coisas boas. Que estou desalojada, com obras que parecem nunca mais terminar, porque queria dar-lhe uma casa nova. Que lhe chamo nomes, porque está atravessada na barriga e me levará a uma cesariana (se não der o resto da volta), coisa para a qual não tenho dinheiro no hospital onde estou a ser seguida, porque gastei os meus tostõezinhos todos nas obras que parecem nunca mais terminar. Que sempre que olho para a roupa cor-de-rosa, que se vai acumulando na casa da avó, porque a nossa está em obras que parecem nunca mais terminar, penso sempre que se enganaram, que afinal é um menino e que foi agoiro da outra avó que teima em só acreditar que é menina quando a vir cá fora. Que queria evitar as coisas cor de rosa, mas que isso se revelou uma tarefa mais complicada do que convencer o padre a deixar mulheres divorciadas serem catequistas. Que, se no início da gravidez, punha a minha vida à frente da dela, em caso de ter de haver uma escolha, sem qualquer problema de consciência, agora já duvido, já só a quero cá fora, com pernas gordinhas e com a pele macia como o pai tem, mesmo que não esteja cá para a ver. E acho que é só isso.

1 Comment:

  1. Luciana said...
    Pernas gordinhas? Ahhhahah.
    Aqui o baby, com medo de não virar a tempo, tem a cabeça mesmo espetada em baixo (até lá ainda dá 20 voltas). O Sô Dr. ainda fez umas manobras para ele subir, mas é teimosinho.
    Acho que em meninas é mais fácil de haver trocas..., mas as pilinhas vêm-se tão bem! nem é preciso ter a imaginação muito fértil.
    Fala com a E calmamente e pode ser que ela coopere :)
    Beijos e abraços!

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