quarta-feira, 21 de maio de 2008

Língua nova

Aprendi a falar bebé-ês. Eu, P, a bruta, fria e insensível que nem dá beijos à mãe por mais que goste dela. Sem que dê por ela apanho-me a dizer tatauga, doem-me os pezinhos, fiz um dói-dói, que xaudades tinha, não quelo isso e sei lá que mais pois o meu cérebro apressa-se a apagar estas coisas de tão estranhas que lhe parecem. Saem-me assim, sem dar por ela, com naturalidade. E se quiser dizer a mesma coisa em linguagem adulta parece fingido, pensado, não soa bem.

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