quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Querido bebé



A tua mamã foi malandra. Atrasou-se com as prendas de Natal para as amigas e só ontem, véspera de fim de ano, é que se dignou a oferecer-nos a melhor de todas. Ficámos muito aborrecidas (felizes), umas coradas até de tão irritadas(contentes), com um esgar (sorriso) na cara que nos obrigava a mostrar os dentes todos. Olha que até houve gritos! O mundo à volta deixou de existir, virámo-nos todas contra (para) ela, com cara de poucos amigos (das melhores amigas). Há fotos que o comprovam! Pede para as ver. Foi uma coisa muito feia (bonita), essa que a tua mãe fez. E ainda por cima pediu segredo, que não mostrássemos essa prenda tão linda a ninguém. Diz que só a podemos usar para o ano.

Mas querido bebé, esta tua tia não aguenta muito tempo sem dizer a ninguém que vens aí. Esta tua tia gosta de partilhar as boas notícias logo que pode, como se com elas passasse um pouco da alegria que sente para quem as ouve. Tive de pedir um requerimento especial para poder contar ao teu "tio torto"e à tua "avó torta", porque sabia que iam ficar contentes por ti e pela tua mamã. E ficaram querido bebé. Já estão à tua espera.

Querido bebé, vens com o ano novo. Trazes-nos esperança. Trazes-nos a sensação que também acontecem coisas boas. Mostras-nos que a vida continua, que estamos mais velhas apesar das tuas tias e a tua mamã se continuarem a encontrar no café para conversar, como se tivessem acabado de sair da escola. Chegou o nosso tempo, a altura em que acontecem as coisas das quais sempre falámos, que sempre planeámos e sonhámos. Casas, casamentos, bebés. A nossa altura, o nosso tempo de sermos gente grande.


Querido bebé, estamos à tua espera. Em pulgas.


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