quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Ao telefone

Uma colega disse-me uma vez que fazia mal em telefonar sempre ao meu marido quando chego, quando vou dormir, quando saio para algum lado. Fica mal habituado, disse, e depois o caldo entorna quando algum desses telefonemas falha. A verdade é que continuo a telefonar-lhe na mesma. A distância não encurta, mas gosto que seja com ele que falo primeiro quando acordo e por último quando vou dormir. Gosto de lhe ligar a meio do dia, só para o ouvir, nem que seja para que me diga que não se passa nada. Gosto quando ele faz o mesmo. O roaming é caro, mas nada paga o estar a milhares de quilómetros de distância e poder ouvir a voz dele.
Mas voltando à questão do mal habituado. Tem o seu quê de verdade. Basta falhar num destes telefonemas para o senhor amuar. Tudo bem que estava em África, que podia ser perigoso, mas cheguei ao hotel às 5 da manhã na primeira noite. Não lhe ia telefonar a essa hora. Ainda nem sabia se lhe devia dizer que tinha chegado a essa hora tendo em conta que quando saímos não aguento para além das duas da manhã. Mas disse, que não lhe consigo esconder nada. Ganhei dois dias de respostas secas. E eu cheia de histórias para contar, a falar para uma parede. Xiça que enerva!
Deixei que esquecesse o assunto, agi como se não se passasse nada. E ele esqueceu.

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