quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Emails antigos


E na minha vida errante de mulher solteira, em que fazia asneiras atrás de asneiras, apaixonei-me por este rapaz que me escrevia coisas tão giras. Lembro-me de pensar que o melhor daquela relação eram os emails que trocávamos nos primeiros dias. Foi triste quando acabaram e levaram com eles todo o encanto daquela relação condenada ao fracasso. Guardo-os como medalhas de batalha, como lembrança de tempos felizes, de uma vida diferente.

Assim escreveu ele, uma semana depois de nosso primeiro encontro, quando fui de férias para o Brasil:

é uma espécie de guerra fria, queria ver quantos dias estarias tu sem me enviar uma mensagem. Parabéns, conseguiste 3 dias o que só por si te deverá render uma trincadela de orelhas ou coisa assim. Não sei se tens visto os jornais, mas aqui em Portugal as coisas mudaram muito desde que te foste embora. O governo caiu. A av. da Liberdade mudou-se para cascais. Já há TGV e a viagem Porto Lisboa faz-me com uma rapidez que não calculas.

Saíste mas ficou um pouco de ti. Voaste mas eu fiquei colado ao chão e agora quando passam os aviões olho para o céu como se fosse para e pergunto-me "Será que ela vai ali!?" " Será que cansada do brasil, não aguentando as saudades aqui do giro, regressou mais cedo e veio-me visitar trazendo chás exóticos para bebermos agarrados? e quando penso nisto grito, muito, olhando para o céu grito o teu nome como se tivesse acabado de perder um filho . E os populares a dizerem: Ohh homem acalme-se lá!" e eu a berrar com mais força "Tenha lá calma senhor, essa maldita mulheer há-de regressar" e em prantos levanto-me mas a minha expressão facial diz que ainda estou ajoelhado naquele chão a pedir o teu regresso e homens e mulheres choram comigo a tua ausência e o choro converte-se numa inundação imensa, e as cidades alagam-se quando soa o teu nome e as cheias começam, de santarém a setúbal, do minho ao algarve, por todo o lado os bombeiros saiem furiosos dos quarteis  naquilo a que já se denomina como o furacão Patricia.

Adiante. folgo em saber que há uns baianos - mariconsos dum raio - que se fazem a ti. Não gosto, não acho bem e tivesses aqui e estarias a ser repreendido com uma chibatinha que eu tenho aqui. aliás, vamos lá a criar situação, para percebermos o que é que eu pretendo de ti quando baiano se aproximar:

Baiano mariconso: oi garota, tudo bem com você?
Patricinha A****: não, claro que não, você apareceu!
baiano mariconso: Ouvi dizer que você é aeromoça?
Patricinha A****: é sou sim e vou fazer voar também você daqui. Sai fora, seu cachorro! Não tenho o menor saco para brasileiro e sinceramente estou apaixonada por um caro de portugau. lindo,inteligente, bem falante e cara, tou mortinha, por voltar a portugau para fazer as contas com ele, é , é isso aí!

portanto é isto que tens que dizer, nem mais menos, nada de conversas e vai mas é para a praia porque pode ser que vejas um arrastão. Podem levar tudo, menos roubar-te a ti!

beijos. muitos. Para a garota mais gostosa do Brasil!
Escrito a 29 de Outubro de 2006.

2 Comments:

  1. Patricia Sousa said...
    todas temos historias do passado! e por vezes algumas é bom recorda-las outras nem por isso!
    Ao ler este teu texto cheguei bem rapido ao nome deste Baiano mariconso :)
    beijos!
    Maria Bem me Quer said...
    Brutal. Gostei imenso.
    Também guardo imensas coisas e há dias em que parece que esbarramos nesses episódios.
    Um bjnho

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