segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Recompensas

Ontem fui ao cinema com um ressuscitado dos mortos. Promessas perigosas. (Muito bom M, como tinhas dito. A cena da pila ao léu é que era desnecessária.) Fomos à sessão das 23.30, e eu concordei mesmo a ter de acordar hoje às 7 da manhã para começar o curso novo. Concordei porque ia com o meu discurso preparado do "Olha lá, isto de ser só quando tu queres não tem gracinha nenhuma. Vamos lá ver se mudamos os hábitos!" Mas o discurso morreu-me nos lábios. Não quis saber dele para nada porque, na verdade, quando entrou no carro, vi-o como amigo e não como gajo com quem ando. Até fiquei sem conversa, encabulada. Não estava preparada para a falta de amassos ou de química. Não sabia o que dizer, do que falar. Quase parecíamos dois estranhos que se estavam a encontrar pela primeira vez. Era normal que assim fosse. As nossas últimas conversas não tinham sido muito amigáveis, (tirando um encontro clandestino às escuras nas escadas do prédio, muito interessante, confesso, mas isso não conta porque eu já tinha ingerido uma quantidade considerável de vinho tinto e fui apanhada desprevenida). Ele sabia que se tinha portado mal, que tinha estado desaparecido mais tempo do que devia. Não estava a abusar da sorte, estava a preparar o terreno. E então lá veio a recompensa. A frasesinha mágica que me iria fazer sentir muito importante, que me iria fazer sentir a rainha da cocada preta, isto se tivesse tido efeito. A minha mãe perguntou por ti no Natal e disse "Gosto muito da P." Deve ter perguntado, deve. Tadinha da senhora. Os milhões de mulheres que é obrigada a conhecer.

3 Comments:

  1. Francisco o Pensador said...
    LOL!!..hehehe..
    A fome que ele não devia estar a sentir nessa noite para ter que recorrer à mãe d'ele...

    A última frase do seu post (com retoques deliciosos de cinismo)foi um pensamento acertado.
    Isa David said...
    diz-me q pelo menos foste ver o brad pitt. Pra compensar.
    m said...
    o que arrepia na cena de nudez, vá...na cena de pila ao léu é a crueza. o gajo está completamente nu, numa cena de pancadaria. a única arma é o corpinho.

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