segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Quando a morte nos bate à porta

Não foi à minha, foi à dos vizinhos. 3 portas que se abriram para ouvir más notícias, as piores: que a nossa filha, irmã, prima, sobrinha, melhor amiga, foi apanhada nas teias do destino, sob a fúria divina, que estava no local certo à hora errada, e que, sem culpa nenhuma, morreu nas mãos do fado trágico. Foi a 3 meninas novas lá da terra que roubaram a vida. Roubaram, porque o que aconteceu podia ter sido evitado. 2 acidentes automóveis evitáveis, bastava ter tido tino, seguido as regras, pensado mais nos outros e não só em nós próprios e na tanta pressa que temos em chegar a casa que não podemos perder mais um minuto atrás de um carro e por isso ultrapassamos num risco contínuo, perto de um cruzamento... ou no bem que nos sentimos quando bebemos uns copos com os amigos, ficamos mais bem dispostos e a nossa casa até é já ali, são só 5 minutos atrás do volante...
3 meninas com a vida pela frente, na casa dos 20 anos, perderam a vida no espaço de uma semana. Tinham lutado pelo que queriam e estavam a consegui-lo, os sonhos realizados estavam ali ao virar das esquina, mas desapareceram com elas. Abate-se sobre quem fica uma tristeza, uma mágoa profunda, um sentimento de injustiça que nunca irá embora, uma vontade de gritar a todos aqueles que estão atrás do volante "Cuidado! É a minha menina que vai ali no carro ao lado! Abranda! Larga o telefone! Não bebas! Respeita as regras do trânsito! É a minha menina, ouviste?!" Abate-se sobre quem sobrevive a pergunta "e se fosse eu?" e imagina-se a dor de quem ficaria a chorar por nós, porque nem nos passa pela cabeça o futuro que tínhamos perdido, simplesmente pensamos "e se fosse eu?" Quem iria confortar aqueles que nos amam agora que não estamos para lhes dar um abraço? Nem houve tempo para uma despedida, para as últimas palavras de amor trocadas.
Vivemos, mas nunca pensamos no que pode estar ao virar da esquina, está no nosso instinto não pensar na morte porque é uma coisa impensável, trágica, horrorosa e que só acontece aos outros. Mas já que vivemos, que vivamos com cuidado atrás do volante, que tenhamos consciência dos nossos actos. O que se pode evitar evita-se. CUIDADO, TÁ? Pode ser aquele que mais amas ali no carro ao lado, a atravessar a passadeira, a correr atrás da bola. CUIDADO!

3 Comments:

  1. Segredo Cor de Rosa said...
    Por isso é que eu só ultrapasso em caso mesmo que eu tenha o infinito pela frente e a certeza de que não vem nenhum.
    Lamento. Continua a ver gente muito inconsciente que bebe e que não tem cuidado nenhum. E nunca pensa que algo pode correr menos bem.
    Deixo-te um beijinho muito grande.
    Anónimo said...
    Beijinho grande minha querida amiga...

    Rute
    Anónimo said...
    Beijinho grande minha querida amiga...

    Rute

Post a Comment