domingo, 8 de julho de 2007

7 maravilhas do mundo


Os meus tios convidaram e eu lá fui. Assistir a um evento mundial, ter uma história para contar aos meus netos. “Sabem meus lindos, quando eu era nova fui assistir à revelação das 7 maravilhas do mundo no estádio da Luz, vi a Jennifer Lopez, que era uma cantora famosa no meu tempo e a Hilary Swank, aquela actriz velhinha que aparece nos filmes. Eu estive lá.”
Estive, fiz parte do evento. Bati palmas quando ninguém batia, acendi e apaguei a luzinha que me deram à entrada e senti orgulho do meu país. Digam o mal que disserem, os portugueses têm orgulho no seu país. Sim, o governo é uma porcaria, o país uma desordem, o poder económico só diminui. Mas temos orgulho. Não posso negar que não me tenha vindo uma lágrima ou duas aos olhos, durante o evento, sempre que salientaram os grandes feitos dos portugueses, (quase todos da época dos descobrimentos, mas isso é outra história). O mesmo já tinha acontecido durante o campeonato do mundo sempre que ouvia a música “joga mais, corre mais, menos ais, menos ais, menos ais, quero muito mais”. Não sei o que passa comigo e com a cena do país para me emocionar tanto quando vejo estas demonstrações de orgulho nacional colectivo. Mas se me orgulho, também tenho vergonha. E esta noite tive vergonha dos meus compatriotas, de algumas centenas deles que assistiam comigo à gala das 7 maravilhas. Inchados que estavam dos seus grandes feitos do passado, esquecendo que poucos fazem para igualar os nossos egrégios avós, ignoraram a arte de ser anfitrião, de receber os países que nos visitavam e vergonhosamente vaiaram a presença dos Estados Unidos com a Estátua da Liberdade. Não estávamos nós numa festa? Numa gala que comemorava a civilização? Se minutos antes cantei o hino nacional com a mão no peito e levantei o braço na altura do “às armas! às armas!”, quando ouvi os buuuusss quis bater em todos os que assobiavam. Idiotas!

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