quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Morar junto

Ontem tivemos tragédia cá em casa. Cansada como vinha, só podia dar neste resultado. Devia ter ido para casa da minha mãe, era o que me apetecia. Fechar-me no meu quarto até acalmar e ficava como nova. Mas não podia ir para lá. O morar com uma pessoa é isto, partilhar bons e maus momentos, e não é fácil deixar que nos vejam no nosso pior, principalmente eu, que sempre tentei estar sozinha quando estou triste ou mal disposta. Vinha pelo caminho já a imaginar que ia chegar a casa e ter tudo por arrumar, ou cheiro de cigarros espalhado no ar. Não tinha nada disso. Estava tudo perfeito. Disse-me mais tarde que tinha tentado deixar tudo pronto para que quando chegasse só tivesse de deitar e dormir. Foi amoroso, mas mesmo assim não me deu o abraço de consolação pelos dias fora e veio pedir-me explicações pelo meu estado choroso e calado. Explicações não tinha, estava cansada, "fed up", como dizem os ingleses, não tinha mais nada para dizer. Esta falta de justificação deixou-o desconfiado, devia ser alguma coisa que não lhe queria contar, e então virou-me as costas amuado. Deu-me para chorar. Para ir para a varanda agarrada a uma garrafa de licor de amora. O que é que ele queria? Devia estar a mimar-me e vira-me as costas! Lá conversámos, as coisas ficaram mais calmas e dormimos agarradinhos. Humm, que maravilha. Era tudo o que eu queria.

2 Comments:

  1. Anónimo said...
    Nada como falar logo, ainda que cansada...e dizer isso mesmo- Estou cansada.
    Nós homens, se não estiver tudo clarinho não chegamos lá.
    Monique Igarachi said...
    Ainda bem que não foram dormir amuados... dizem que essas coisas devem ser resolvidas antes disso. E eu concordo. Sou como vc. prefiro ficar só quando estou indisposta, mas com a vida de casada, isso ficou impossível. Agora temos administrado isso bem, mas antes era terrível... nada que boas conversas não resolvam! :)
    bju

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