sábado, 29 de dezembro de 2007

2007


Olhando para trás, assim de repente, até me parece ter sido um ano bom. Notei algumas mudanças em mim, adquiri uma confiança que parecia escondida no sótão das minhas entranhas (isto é onde?). Tenho mais umas rugas. Não digam que não que eu sei que sim! Estão cá. Debaixo dos olhos, na testa, e é tudo fruto do meu maldito trabalho, que adoro, que me obriga a acordar de madrugada tantas vezes que me sinto abençoada no dia em que posso acordar às 9 da manhã. Ganhei também um dente novo. Sim! deixei de ser uma desdentada, que já não queria rir para as fotografias, com complexos, porque sabia que aquele espaço em branco ao fim da dentadura iria estar sob a luz da ribalta. Até as minhas gargalhadas começaram a ser contidas, e ocasionalmente ria com uma mãozinha à frente da boca. Como eu estava! O que faz não ter um dente.
Em casa tive os problemas do costume, o pai enlouquecido, o irmão que raramente ajuda, mas a mãe compôs tudo.
No trabalho tudo calmo, veio a prendinha no sapatinho no fim do ano. Vou começar uma etapa nova, mas isso já vai ser tudo em 2008. Em 2007 fica só a esperança para que corra tudo bem, o nervoso miudinho, a ansiedade.
E no amor? No amor não houve nada, até porque não há amor por estas bandas. Não há. Há relacionamentos, que duram, há o gostar de alguém ou de alguns, mas amor é coisa que não passa por aqui. Sim, porque o amor não me deixava fazer as coisas que faço, não me deixaria indecisa entre ir ter com um ou outro, ou talvez outro. O amor não me deixava andar de olhos arregalados a olhar para outros homens, a rezar para que me telefonassem ou deixassem uma mensagem só para saber como era. O amor não deixa. E eu sei-o. E fico feliz por isso, porque se ainda pensasse que era amor devia internar-me já no hospital psiquiátrico mais próximo para fazer uma daquelas curas em que andava tão drogada que me babava. Assim, enquanto o amor não vem, continuei com os meus dois senhores, os meus amos, os meus caprichos. Deixei de os ver com lentes cor de rosa, aceitei-os como são, e não quero mais nada deles do que o que me queiram dar. Deixei de andar atrás, de culpar, de exigir, de jogar. É o que é. Há que aproveitá-lo enquanto o certo não aparece, como diz a frase.
Mas o melhor de tudo, o melhor do ano, foram os amigos. Todas as idas ao japonês, com os olhos tortos de olhar para a passadeira que continuava a rolar. Partilharam-se confidências, gargalhadas, experiências a repetir, histórias a esquecer. Estiveram sempre lá. Uns novos, outros velhos, amigos de sempre.


Ahhhh, e talvez seja ainda cedo para lançar os foguetes, não me vá acontecer ainda alguma coisa, mas este ano NÃO BATI COM O CARRO!!!

2 Comments:

  1. Clara del Valle said...
    bem querida, enton estendo a ti meu desejo inconfesso:(mas nada secreto, que essas coisas se enxergam no brilho - ou falta de - nos olhos)

    QUE HAJA AMOR PRAS BANDAS DAI TB! E claro, muito amor pra recomeçar, quantas vezes forem necessárias.

    bjs, e que venha 2008!
    Anónimo said...
    fantastico 2008!

    que esta passagem de ano sirva, como uma borracha, daquelas que apagam tudo de mau que ja foi,e nos traga um recomeço de projecto de vida melhor, mais saudavel em todos os sentidos.

    um feliz ano novo para todos nós!

    beijos & abraços

    R

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