sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

É assim que deve ser?

Jantar num dia, cinema no outro. Vamos beber um chá no dia seguinte. Vem visitar-me quando estou doente e telefona primeiro para perguntar se preciso que me leve alguma coisa para jantar. No dia seguinte volta para me levar a jantar e conta os dias para me ver de novo. Se se atrasa 5 minutos, avisa com meia hora de antecedência. Paramos na rua, à espera que o semáforo mude de cor para atravessarmos e abraça-me. E eu penso eu, P, alguma vez andei abraçada a alguém na rua, em pleno Saldanha? Se entramos no elevador, dá-me passagem prioritária. É cavalheiro, ajuda o senhor que carrega os barris de cerveja pela escada acima. Leva-me a sítios giros e diferentes, e não à tasca da esquina para comer iscas. Mostra-me coisas novas, conta-me histórias, conta-me as suas histórias, o tiro no pescoço, o amor em Itália, a sobrinha que vai nascer. Está sempre por perto. E eu não estou nada habituada a estas coisas, a esta bondade toda, a este estar comigo só porque gosta de estar comigo. Dizem-me que é assim que deve ser. Que é isto o gostar de alguém. Que é isto que mereço depois de tanta história malvada. Mas eu não sei. Ainda não estou convencida. É andar e ver.

1 Comment:

  1. Anónimo said...
    ;)

    Beijinho

    (feliz por ti, pá!)

    R

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