sábado, 2 de fevereiro de 2008

Este foi tirado a ferros!


Estava a ser um parto difícil, ah pois estava.

Resumo da semana.
Comecei com um voo na companhia nova, como trainee. Correu muito bem, tirando a porcaria dos sapatos, que conseguem ser piores do que os da minha farda antiga, e me deram cabo dos pés.
Na terça-feira, houve teste e tive 100%. Melhor ainda: à noite houve jantar com o menino novo. Fomos ao Chiado, depois a um restaurante chinês a sério (Horroroso, detestei a comida. O meu rico chau-min que é tão bom ao pé daqueles pudins esquisitos e texturas manhosas. Vou matar quem me disse que era muito bom). Fugimos de lá logo que pudemos e voltámos ao Chiado para um chá. Conversa pela noite fora, sempre muito animada. Voltei a casa desesperada. Pura e imaculada. Sem um amassinho para contar a história.
Na quarta-feira, voltámos a jantar. Ele escolheu o restaurante. Mas antes passámos pelas Amoreiras e por um café para um aperitivo antes do jantar. Já no restaurante, foi dia de contar as histórias dos fantasmas passados. Odiei ouvi-lo falar das outras mulheres que passaram pela sua vida. Estúpidas! Eu posso contar-lhe a minha vida para desculpar o meu comportamento estranho. Mas ele não! Toca a apagar essas memórias! Voltei a chegar a casa mais desesperada, ainda pura e imaculada.
Na quinta-feira foi dia de descanso. Uma coisa estranha na verdade. A presença dele já parece uma constante. Enviei-lhe um sms a dizer que me faltava alguma coisa. Nem digo o que respondeu, mas posso dizer que me deixou corada e com o estômago apertadinho.
Ontem enviou-me uma mensagem a dizer que eu nem me atrevesse a ir para a santa terrinha. Não senhor, farei tudo o que me mandar. Voltámos a encontrarmo-nos à noite quando saiu do trabalho. Fomos comer alguma coisa e fechámos o restaurante. E agora, para onde vamos? Passear. Carro parado ao pé da praia e mais conversa. Muitos risos. E agora? São 4 da manhã, não tenho sono nenhum. Filme na minha casa? Ora aí está uma rica ideia! Muito bem. Já lá devíamos estar. A ver o filme, braço por cima dos ombros. A imagem na televisão desfocou e toda eu pensava “Ai mãe do céu, que é hoje. É hoje!” Aconcheguei-me mais. Adormeci. Acordei e o filme acabou dois minutos depois. E agora? Cabeças encostadas, conversa da treta sobre o filme, e ... tcharam! Lá apareceu o primeiro beijo! Muito custoso, devo dizer. E depois? Mais beijos. E está na hora de ir embora. 6 e meia da manhã. Estavam à minha espera em casa às 7, com muita pena minha. O caminho para casa foi feito em silêncio, o que foi uma novidade entre nós. Segiu-se a despedida à porta da minha casa, que começou por ser estranha. Já estava com as chaves de casa na mão e a ver que me ia deixar ir embora só com um bom fim de semana nos ouvidos. Perguntei “só isso?” e saiu-me um “vá. Agarra-me outra vez”. E foi a desgraça. Tive de fugir para me manter pura e imaculada. Com muita pena minha, mas tinha de ser.

0 Comments:

Post a Comment