terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Acho que nunca contei como foram as minhas primeiras semanas com o Nandinho, quando gostei mesmo dele e ele gostou de mim. Quer dizer, gostei dele porque ele gostava de mim e me dava atenção. Era tudo o que eu precisava na altura, como a história do abraço no dia do acidente.
Os nossos grandes momentos foram nesse tempo, depois disso foi sempre a descer. Fiquei com o síndroma do encantamento pelo super herói. Vivia Nandinho e respirava Nandinho. Falava com ele quase todos os dias. Fui para o Brasil de férias e via o email todos os dias sedenta de notícias dele. Nos dias que não as tinha reclamava e elas vinham. Escreveu-me coisas giras, coisas lindas que guardo como tesouros. Queria mostrá-las às minhas amigas para que vissem que eu não estava louca, que ele devia gostar mesmo de mim. Mas não o fiz, ele não deixa, diz que são só para mim. E eu concordo.
Depois volto do Brasil e é a primeira pessoa a quem ligo. Não foi à minha mãe, foi a ele, ainda durante o desembarque. Falámos e falámos e eu parecia uma perdida com um sorriso de orelha a orelha colado à cara. Combinámos encontrarmo-nos no dia seguinte. Fomos almoçar e passear na praia à casal romântico. Até andou comigo às cavalitas! Depois, relutante, deixou-me em casa. Queria dormir comigo. Parecia disposto a tudo para o fazer. "Vamos para a minha casa nova na Caparica. Vais adorar." Naquele dia não fui, mas fui no outro. Ele fez quase 100km para me vir buscar e levou-me. "Gostava que fosses a primeira a vê-la", escreveu num email. Fui e dormi com ele. No dia seguinte não me telefonou e comecei a descer das núvens.
Destas coisas lembro-me bem, das coisas boas, o resto está tudo meio confuso. Ainda estava no centro do seu mundo, não sabia de nada do que se passava à volta. Depois comecei a estar mais tempo com ele, dormi na sua casa algumas vezes e vi a minha atenção desaparecer. Eu estava lá, mas era invisível. Telefonemas, computador, trabalho, trabalho, trabalho.. Até me dizia que não conseguia escrever comigo a espreitar por cima do ombro. E eu pensava "mas o que é que estou aqui a fazer?" Comecei a ver os defeitos, comecei a achá-lo chato, a não lhe achar assim tanta graça. Irritava-me quando me contava a mesma história pela terceira vez. Mas quando dormia com ele, ele abraçava-me e isso valia tudo o resto.
Entretanto deixei de receber emails com coisas giras, já nem respondia aos que lhe mandava, deixei de receber sms a dizer que tinha gostado de estar comigo. Acho que me tornei numa espécie de assistente pessoal. "Vem comigo ao IKEA comprar coisas para a casa nova porque me magoei nas costas e não consigo conduzir." "Ajuda-me com este livro que tenho de ler para o programa de amanhã." "Vamos às compras ao Freeport, que preciso de roupa." "Bem que me podias ajudar na produção dos **** awards. Mas não precisas ir à entrega." E eu deixei...
Depois começou a escrever novas cartas de amor, mas não foi a mim que as enviou. Depois começou a dar-me presentes repetidos, que guarda em stock em casa para as visitas femininas. Acabaram-se os passeios, os jantares a dois e as conversas telefónicas superiores a 2 minutos. E olhem que novidade me dá "é verdade que também me apareceu outra pessoa na minha vida." Boa sorte para ela.
Bem que lhe disse, na útima vez que estivemos juntos, que ia ser mesmo a última. Vi como recusava telefonemas de outra rapariga e a chamava chata com aquelas chamadas e com mensagens. Não me ia pôr nessa situação. Parece que estava a adivinhar.
Nessa noite mal me abraçou durante o sono.

2 Comments:

  1. Anónimo said...
    agora toca a levantar... a queda ja estava anunciada.

    beijos enormes e UPA UPA! ta aí a chegar o carnaval ;D
    Anónimo said...
    ok, ja sabes quem eu sou... doida por uma noite acordada no fnc ;)

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