segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Pela primeira vez em 26 anos levaram-me o pequeno almoço à cama. É triste admiti-lo, mas é a verdade. Nunca tive uma noite perfeita, com um acordar perfeito, daquelas histórias à filme. Nada de jantares romanticos, nem velas, nem música suave, nada disso. Tive sempre coisas práticas - comer, dormir, acordar e ir embora. Talvez seja a velha ideia "cada um tem o que merece". Se calhar nunca fiz nada para merecer uma dessas noites. Mas pelo menos, na semana passada tive direito a uma caneca de leite com chocolate, que nem gosto, e de uma bola com queijo e fiambre, coisa que também não seria a minha primeira escolha. Pelos menos o pão estava quentinho. Pois, se tivesse sido a minha mãe a trazer-me isto, num dia em que estivesse doente e não conseguisse levantar-me da cama, tinha ouvido um grito e sido obrigada a fazer-me outra coisa qualquer com aquele amor de mãe que nunca acaba. Mas como foi o Nandinho, que, no meio do seu dia muito ocupado, gastou alguns minutos a preparar alguma comida aqui para a menina, comi caladinha. Só saiu uma breve reclamação, um "só gosto de leite com chocolate frio" muito baixinho. Mas como o fez, lá bebi o que consegui, enquanto tentava ignorar as natas que boiavam na caneca. As coisas que uma pessoa faz.

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