terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Volta Zequinha!

Estava a fazer zapping, numa estadia solitária no hotel da Póvoa do Varzim em que a televisão é a minha melhor amiga, quando deparei com um senhor, com um boneco com forma de pássaro animado enfiado no braço, a cantar. Era aquele programa novo da RTP em que se revelam talentos e a actuação deste senhor estava a acabar. A música devia ir a meio, mas os juris não quiseram ouvir mais e chumbaram-no na audição. Não me lembro como se chamam estas pessoas, que conseguem falar sem mexer os lábios, nem nunca gostei destas actuações com bonecos. Dão-me arrepios, qualquer coisa relacionada com filmes de terror como o Chuky. Aquele que aparece num programa da SIC faz-me mudar de canal imediatamente. No entanto o Zequinha prendeu-me ao ecran. O senhor estava tão nervoso que fazia o bico do passaroco tremer. Mas o sorriso estava colado à cara. Era o seu truque. Por detrás dele fazia a voz do Zequinha. Quase me levou às lágrimas. Estava a ser dispensado, recusado pelo juri e o sorriso continuava colado à cara para que o Zequinha continuasse a falar, para que ele se despedisse com a sua voz infantil, desiludido por ir embora. Que triste que foi. "Pronto, tem mesmo de ser. Vamos embora. Xauzinho." E lá se foi o senhor com o seu sorriso e o seu passaroco Zequinha que se não se calava enquanto deixava o palco. Quase como uma criança que não entende porque é que não pode ter umas sapatilhas iguais às dos amigos. Porquê? Eu até me porto bem na escola. Porquê? Porque é que estes senhores não me querem ver mais no palco? Porque tenho o bico a tremer? Porquê? E lá se acabou a actuação. Volta Zequinha! Volta!

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