quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Liga-me Nandinho


Tinha saudades dele. Não o posso negar. Como é que se corta uma pessoa de repente da nossa vida e nunca mais se pensa nela? Não dá, (excepto com choques no cérebro, como vi no outro dia no House, mas isso parecia-me um bocado extremo já que até a família esquecíamos). Por mais que queiramos vamo-nos lembrando dela em determinados momentos, com determinados cheiros, nos sítios por onde passámos, com um filme que vimos juntos, um prato num restaurante, uma simples expressão, um “ai é?”. Não dá para controlar. É só haver uma faísca para acender o rastilho e zás!, lá aparece uma memória reprimida em corrida descontrolada que nos invade a cabeça e com ela traz uma onda de saudade, que por vezes nos oprime o peito e deixa sem respiração.
Andava assim há alguns dias. Sem João a quem gritar, sem ninguém que me dissesse que gostava de mim, mesmo que eu respondesse com um “cala-te! Queres que te bata?”, sem mimos de qualquer espécie. Viessem de onde fosse. Não tinha sido eu quem decidira que a história com o Nandinho estava acabada? E se ele também não me procurava há quase um mês não devia dar mesmo o caso como encerrado? Não era isso mais do que um sinal? Então porque é que me apanhei a ouvir o programa dele na rádio só para ouvir a sua voz e perceber que continuava vivo e bem disposto? Só durante uns segundos e obrigava-me a mudar de estação. E se estava acabado porque é que volta e meia pensava telefona-me Nandinho, telefona-me Nandinho, como se a força da mente o fizesse fazê-lo? Não ficava eu irritada só de o ver ou quando alguém me falava dele? No entanto agarrava-me à minha máxima: eles telefonam sempre. Sabia que ele o ia fazer mais cedo ou mais tarde. Só esperava que não fosse para me convidar para alguma festa onde reunisse o seu harém e aparecesse com a conquista do momento. E continuei. Liga-me Nandinho, liga-me, liga-me, liga-me. Num dia pensava “hoje vai telefonar”, para depois passar para o “é amanhã de certeza”. No entretanto apaguei o número dele para não fazer nenhuma burrice, embora, confesse, penso já o saber de cor. Que culpa tenho eu se é daqueles fáceis de decorar?
Bem, isto tudo para dizer que já tinha saudades dele, que a falta de uma presença masculina para me atormentar a mente já me estava a deixar perdida e sem rumo. Para dizer que tanto pensava “mas eu nem gosto dele” como “aqueles abracinhos e beijinhos já eram bem vindos”. E todos os dias da última semana tive o debate interior do vou telefonar, não, não vou.


Hoje quando cheguei do trabalho, no pára-arranca da 2ª circular em dia de jogo no Sporting, deixei-me ouvi-lo. Foi o 'pronto! Ouve-o lá! Pode ser que assim te passe a loucura temporária.' Mas não passou. Cheguei a casa com o 'liga-me Nandinho' na cabeça. Olhei para o telefone à hora em que ele normalmente chega a casa do trabalho. Liga-me. A hora passou, desisti. Voltei ao de amanhã não passa. Jantei, fui dormir e perto das 3 da manhã acordei sem saber porquê. Olhei para o telefone para ver as horas e vi que tinha recebido uma mensagem há dois minutos. “Acordada? “, perguntava ele. Se não estava, fiquei. Despertei como se tivesse dormido uma noite inteirinha. E posso dizer que nos 27 minutos em que falámos ao telefone e em que eu ainda consegui recusar-lhe a vinda cá a casa àquela hora, estive sempre a rir. Tinha saudades deste parvinho, confesso que tinha.

11 Comments:

  1. Isa David said...
    hehehe, o parvinho mesmo.
    m said...
    p adorei este post. sem fazer nenhum comentário sobre o vip (...).
    Francisco o Pensador said...
    P,acredita em mim.

    Um dia vai aparecer a tua frente um homem que apesar de não ser tão fotogénico,nem ter o olhar tão matreiro como o Nandinho,vai ter a capacidade de te fazer esquecer o Nandinho num instante...

    Em determinadas alturas julgamos que só existimos por causa de certa pessoa e que sem ela a nossa vida não tem qualquer sentido.
    Mas quando tudo acaba e o nosso mundo parece ter sido devastado por um fucarão gigante,fechamos os olhos e no dia seguinte,queremos recolher as cinzas, mas ficamos ofuscados pelos raios de sol...

    Está um dia lindo lá fora!!!!!!!

    E algures por aí,alguém aguarda uma oportunidade para cruzar o teu caminho...

    Agora,pensa.

    Tudo aquilo que o Nandinho te deu,terá alguma significância mediante aquilo que o destino ainda reserva para ti?

    Um dia cruzarás o caminho do Nandinho,olharás para ele e sentirás vergonha de o ter amado..

    E porquê?

    Porque nessa altura já sentirás dentro de ti que afinal,o Nandinho não era tão importante assim...

    Por isso e querendo citar uma amiga minha:

    "nunca chores por aquilo que fizeste mas por aquilo que poderias ter feito e deixaste de fazer"

    Um abraço.
    P said...
    Ok, sr Pensador, um esclarecimento. O João e o Nandinho são pessoas diferentes. Um conheço há anos, e confesso que o posso ter amado, embora isso nunca me tivesse ocorrido racionalmente porque tentei sempre negá-lo. Já o Nandinho conheço há menos de um ano, e é uma espécie de muleta em quem apoiar,um encosto para o corpo quando o resto corre mal. É claro que às vezes as coisas entre nós também não correm bem, mas isso acontece com toda a gente. Para além disso não há cá sentimentos profundos partilhados.
    Já o homem da foto é o Gary Barlow, cantor dos Take That, de quem era fã. Fez-se luz? Aquilo do irrita-me era brincadeira!
    E sim, o dia está lindo. A noite também vai ser fenomenal.
    Obrigada pelo lift up, e sim, acredito no destino e quem tem alguma coisa guardada para mim.
    Francisco o Pensador said...
    P,fiquei esclarecido.

    Tinha reconhecido perfeitamente o Gary Barlow (ou não tivesse eu sido um grande fã dos Take That na minha juventude) apesar de ele ser a cara chapada do Nandinho..

    Aliás,para quem diz nunca ter partilhado sentimentos profundos com uma pessoa,não sei como se consegue passar um dia inteiro a desejar um:"Liga-me Nandinho!"
    Se você não me elucidasse,seria capaz de jurar que esse Nandinho estava na sua cabeça,como a Nicotina estava na vida dum fumador...

    Mas ainda bem que estou errado,porque apesar de não a conhecer,não sei porquê, mas isso deixa-me feliz.

    Desculpe se a aborreci...
    P said...
    Caramba! Aborrecer? É claro que não. Mas fico intrigada com essa claridez de ideias. Se há pessoa com quem o Nandinho não é parecido é com o Gary Barlow, o João sim, é uma cópia. Mas o Nando está longe disso. Isso garanto, tal como toda a gente que me conhece e sabe quem ele é. Para si, quem é? E se quis que me ligasse foi porque me sentia em baixo e precisava de ânimo. Não vejo mal nenhum nisso. É sinal de adicção?
    Anónimo said...
    Mulher,

    já tens 3 homens na tua vida??!!

    qt ao telefonema, há recaídas. Estás perdoada.

    Espero q o jogo de ténis tenha decorrido sem incidentes pela falta (ou não) de electricidade.

    Só um aparte, para quem diz q o Nandinho nada significa, a verdade é q esta "muleta" é como a Duracell, e dura... e dura há ca tempos, pá!

    Beijos
    R
    Francisco o Pensador said...
    P,Só agora tive tempo para ler a sua mensagem.
    Diga-me uma coisa,aquele que está na fotografia em baixo é o João ou o Nandinho?

    Quando disse que o Nandinho era a cara chapada do Gary Barlow,estava a referir-me ao sujeito que aparece na fotografia e que eu suponho ser o Nandinho.
    Errei?
    P said...
    Não, o sr da foto não é a cara chapada do Gary Barlow, É o Gary Barlow. Tive o prazer de o conhecer num meet&greet em 97. Fogo! Há 10 anos! Como o tempo passa. Talvez agora tudo o que escrevi ganhe outro significado para o sr.
    Francisco o Pensador said...
    P,tudo não digo,mas confesso que este post e o de baixo ganharam outro significado..

    Mas no essential,a imagem que faço de si não saíu beliscada.
    P said...
    Imagem boa, espero. Senão tenho um desgosto.

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