Sou uma insatisfeita. Sou. Quero tudo. E de uma vez. Se não mo dão, faço birra. Amuo. Mimada, podem-mo chamar. Devo ser.
O mais engraçado é que, mesmo quando não tenho o que quero, engano-me a mim própria, digo-me que assim é que está bem, que não podia querer mais porque estragava. Pois é claro que estragava. Não era aquilo que eu queria, era uma cópia barata porque o original já tinha esgotado na loja. Como um boneco que compramos no chinês. É igualzinho ao do anúncio da televisão, só que usa pilhas diferentes. É claro que estas pilhas gastam-se mais depressa, ou ainda são daquelas que rebentam e estragam o boneco por completo. Foi mais barato, é claro que foi mais barato. Mas, de um momento para o outro, foi-se. Morreu. Porque é que não comprei o original? Porque é que me contentei com o mais barato, com o de mais fácil acesso? O resultado só podia ser este.
Engano-me com o que tenho à mão, fecho os olhos aos defeitos. Ignoro as campainhas que tocam na minha cabeça em sinal de alarme. Deixo-me ir. Até ao dia em que bato de cara com o que mais me incomoda, até ao dia em que a pedra no sapato fura o calo e faz ferida. Largo tudo como se me queimasse, quero fugir dali para fora. Afinal de contas porque é que não tive o que queria logo de início? Porque é que nunca o pedi? Porque é que parece que isto se aplica a tudo o que corre mal na minha vida? É que mesmo que o que eu quisesse não fosse o indicado, ao menos ficava logo a saber, tirava logo daí o sentido. Mas assim fica sempre a dúvida. E se?
Tenta ser racional... :)
Jinhos na P
bjs