quarta-feira, 14 de março de 2007

Esperas

A vida engana. Não há como encontrar um padrão constante, basear expectativas em ocorrências anteriores. É tudo aleatório. Não podemos esperar que aconteça uma coisa só porque se repetiu 3 ou 4 vezes. À 5ª vez é completamente diferente, muda de figura, tira-nos o chão. Ficamos de novo sem saber o que esperar, a duvidar de tudo o que julgávamos certo. Temos de recomeçar a montar o puzzle, esperar que as peças voltem a encaixar. Uma vez ouvi na Anatomia de Grey algo como: as expectativas são o que nos mantém de pé, seguros, vivos; as surpresas, o inesperado é o que nos faz mover, mudar.
Às vezes penso saber quando vou receber um telefonema. Conheço os hábitos dos homens com quem me dou. Nesses dias ando sempre com o telefone atrás, ensaio a conversa, sinto-me ansiosa, em pulgas. Umas vezes recebo o tal telefonema, outras obrigo-me a ir dormir para não pensar mais nisso. Porque é que não telefonou? O que terá acontecido? Até que me lembro que não quero saber, que na verdade não estava assim tão interessada nesse telefonema e que, quando ele chegasse, no dia seguinte ou mesmo na semana seguinte, ia entendê-lo quando me apercebesse que nem tenho nada para dizer ou para contar, que não partilho a minha vida com essa pessoa, nem ela a sua comigo. Era um desejo que fosse o contrário, mas longe da realidade. A espera pelo telefonema faz parte do desejo. Quando ele não vem – realidade. Confuso?

1 Comment:

  1. Anónimo said...
    :)

    Beijinho

    Rute

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