domingo, 11 de março de 2007

Este é para ti

Sou a última pessoa a quem devias pedir conselhos sobre homens. Sou a desencaminhadora, a que diz arrisca quando, provavelmente se fosse eu na mesma situação, não teria coragem para o fazer. Sou aquela que, em criança, dizia aos amigos para irem tocar às campainhas dos prédios enquanto se escondia atrás de um carro, livre de qualquer castigo. Sou a mentora, raramente a fazedora.
Por isso, quando te digo para não lhe ligares, não quer dizer que eu siga o meu próprio conselho. Às vezes consigo, mas sei que é difícil resistir. O caraças do telefone anda sempre connosco e raramente toca. Quando toca nunca é a pessoa com quem queremos falar. E queremos tanto falar com ela, queremos tanto ouvir aquela voz que nos derrete por dentro, que nos ilumina, que nos faz sorrir. Mas esse telefonema nunca chega e nós, já desesperadas, telefonamos. Nervosas, sem saber o que dizer. Só com o “olá, como estás” e as reprimendas que só nos vão deixar mal dispostas. Olha lá, porque é que nunca mais me telefonaste? Arranjaste outra? Esqueceste-te de mim? Será que não sou nada importante na tua vida? E eles dão-nos repostas que nos deixam insatisfeitas, que não são nada do que queremos ouvir. É sempre assim, por isso é melhor não telefonar. Aguentar o quanto possível. Encontrar distracções. Ler um livro, limpar o armário, pormo-nos bonitas para nós próprias, sair para comer um gelado. Já viste como o tempo tem estado fabuloso?
Vai continuar a ser difícil não telefonar, mas é possível. E no fim a recompensa é tão melhor, tão mais saborosa. Se ele gosta mesmo de ti, vai telefonar. Por iniciativa própria. Porque se lembrou de ti. Aí vais saber que vale a pena gostar dele, que valeu a pena todo aquele tempo de desespero e angústia. Vais até esquecê-lo no momento em que o telefone toque, vai-se tudo evaporar como magia. Nem lhe vais dizer que estás chateada por não ter dito nada durante duas semanas. Vais desfrutar o telefonema, sorrir ao ouvir a voz dele, sentir que voltaste a viver.
Umas vezes conseguimos não telefonar, outras não. É mais forte que nós. Mas garanto-te que, fora os jogos parvos que há nas relações e que não têm nada a ver com isto, quando não telefonamos é tudo muito melhor. Os homens são assim, precisam caçar. E as mulheres precisam ser caçadas, arrebatadas.
Enfim, não falo contigo há já uma semana e não sei como andam as coisas agora. Se calhar até estás no sétimo céu, feliz e apaixonada. Apaixonada e correspondida. Espero que seja o caso. O que merecemos mesmo é sermos felizes. Com eles, ou sem eles.

1 Comment:

  1. Anónimo said...
    :)

    já não me faz assim tanta falta... estou a aprender a viver novamente "sola".

    Beijo enorme :)

    ps. hj estou c o interruptor em off ;D

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