sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Filhos

Sempre quis ter filhos. Houve até uma altura, não há muito tempo, em que queria ter 7 como a família Von Trap. Já os via alinhados, vestidos de igual com fatinhos de meninos de bem. É claro que para isso tinha de ganhar a lotaria de Natal ou arranjar um marido com posses capazes de sustentar a criação. É claro que para isso tinha de ter no mínimo uma empregada e uma ama que conseguissem dar-me tempo longe das crianças para não enlouquecer.
Para ter 7 filhos também é preciso começar cedo e eu já vou nos 26 anos e estou longe de ter encontrado o pai da prole. Por outro lado, vi no outro dia um documentário que mostrava ao vivo e a cores um parto natural e uma cesariana. 7 filhos? Deus me livre! Só se forem de incubadora!
A experiência da maternidade é uma coisa muito bonita se cortarmos o processo do nascimento. Não há nada de bonito naquilo. A mulher de ser humano passa a animal. Desaparece a pessoa para dar lugar ao bicho, até o corpo nos trai e faz coisas que não queremos. Como é o caso da dilatação. Que coisa mais horrorosa! Um buraquinho tão pequenino abrir-se daquela maneira para que lá passe uma cabeça. Jesus! Isto quando as coisas correm bem, se não lá vai o médico com o seu bisturi de gente fina e zás! uma facada, um corte para abrir melhor. Se não for assim há ainda a possibilidade de a pele se rasgar, assim, como se fosse um saco de plástico que não aguenta com as compras do supermercado.
Como é que a mulher não vai ficar traumatizada na sua sexualidade? A sua florzinha transformou-se, deixou de ser como a conhecia. Sai p'ra lá Manel que ainda não estou recomposta! E há muitas que nunca o ficam.
A cesariana não é assim tão traumatizante do ponto de vista sexual. A flor fica como estava. Já a barrigazinha vê os melhores dias da sua vida ficarem para trás. É esquartejada e os senhores doutores levantam a pele, abrem-na como se estivessem a separar bifes no talho. Mas pronto, lá sai o pequerrucho e no fim tudo é recompensado.
Ainda há pessoas que estranham a relação mãe/filho. No fim de uma história destas pode esperar-se tudo desta relação.

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