quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Homens!

Os homens são tão previsíveis. Dá para saber exactamente como reagem a várias situações. É só ler os sinais. Não é de admirar que se escrevam tantos livros de auto-ajuda para mulheres, que ensinam a conquistar o seu homem, a mantê-lo, a deixá-lo. E resultam! Na maior parte das vezes eles fazem tudo o que está lá escrito. Telefonam, dão presentes, assumem compromissos, ficam ofendidos e deixam-nos em paz.. É só saber quais os botões a empurrar, é só escolher a reacção pretendida e pôr mãos à obra. Não há como enganar. Fixar um objectivo, seguir os passos e recolher os frutos.
Aqui há um tempo emprestaram-me um destes livros. "Como enlouquecer os homens", chamava-se. Confesso que não li metade. Não sou perita em relacionamentos, mas a certa altura percebi que já sabia tudo o que estava a ler. Estava só a constatar o resultado das minhas acções, ou de amigas minhas. A diferença é que vê-lo escrito altera a nossa percepção das coisas. De repente passa do particular para o geral. O que conhecemos como um caso nosso passa para uma característica geral masculina. Afinal não foi só comigo que ele reagiu assim. Eles reagem todos assim!
Enfim, a ideia mais predominante neste livro é a importância do sexo na vida dos homens. Gira tudo à volta da sua satisfação. Vão ao ginásio para as miúdas gostarem do seu físico, querem sucesso profissional para as miúdas acharem que é um bom partido, compram um carro bom para que as miúdas queiram sair com eles, etc., etc.. Querem sexo, sexo e mais sexo. Se lho tirarem o seu mundo desaba. Tendo esta informação como é que uma mulher deve agir para ter um homem a seus pés? Nada mais fácil: prometer sexo e ir adiando o acto em si. É vê-lo atrás dela. Jantares, passeios românticos na praia, prendas, mensagens amorosas. É claro que depois do seu objectivo alcançado, quando finalmente cede (porque também não somos de ferro), o homem perde instantaneamente metade de toda essa vontade de conquista. O 'ligo amanhã' passa para um 'depois ligo', que nunca se sabe quando será. O que fazer? São assim. Para voltar a tê-lo atrás dela, tem de começar tudo de novo. Negar-lhe o sexo. Hoje não posso, mas amanhã quem sabe...
Sem querer vi-me nesta situação. Passei 7 anos atrás do João. 7 anos em que lhe telefonava, queria estar sempre com ele, chateava-me quando não falava comigo, ia a correr sempre que me chamava, sei lá o que mais fazia. Sei que de repente deixei de o fazer. Deixei de me importar se telefonava ou não, se tinha namorada ou não, se a última vez que o tinha visto tinha sido há duas semanas. Deixei de querer saber. De tal forma que eu própria já nem lhe telefonava e me sentia um bocado incomodada quando ele o fazia. Não fiz nada disto de propósito, não foi com intenção de o ter atrás de mim, mas foi o resultado que obtive. 7 anos depois começou a telefonar-me, a querer estar comigo, a ir a Lisboa de propósito para me ver, a queixar-se de que já não lhe telefonava. Os papéis inverteram-se, com a diferença de que à sua maneira ele sempre gostou de mim, e, no momento, eu já não gosto dele. Sei que não, no entanto não consigo dizer-lhe que acabou, nem mesmo quando mo pergunta directamente. Custa-me falar com ele, estar com ele e continuo a fazê-lo. Talvez no fundo queira tê-lo sempre como reserva, como aquele a quem recorrer quando me sentir em baixo. Só que isso não é justo, não é bom para mim, nem para ele. Mais tarde ou mais cedo vai ter de acabar. Só tenho de saber como.

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