sábado, 7 de abril de 2007

Ideias arrumadas?

É verdade. Assumo. Confesso. Sou uma menina que gosta de drama. Gosto de um belo motivo para chorar e achar que sou a pessoa mais infeliz do mundo, que não tenho sorte nenhuma. Qual família que gosta de mim, quais amigos, qual estabilidade profissional? Nada disso importa, o que importa são os homens, as paixões. Em relação a eles qualquer motivo é bem-vindo para eu desperdiçar uma lágrima ou duas, uma vez por mês. Desequilíbrio hormonal? Talvez seja. Psicose? Também. Só é preciso encontrar o rastilho, acendê-lo e bam! Estoira a bomba. Depois, na altura de apanhar os bocados, de juntar as provas, tal CSI, é que tenho noção de que afinal a dinamite não tinha razão para rebentar, que o rastilho nem estava ligado, que fui eu que o fui lá acender, fui eu que fiz o drama sozinha, e que aquela choradeira não tinha razão nenhuma de ser. A esta altura devem pensar “a gaja é parva. Está sempre a desculpar os homens, sempre a culpar-se a ela própria, será que não aprende?” Não, não aprendo, mas o que não aprendo é a desligar-me, a deixar andar. Como me escreveu uma amiga, deixo os sentimentos envolverem-se. Nas suas palavras a regra básica para as brincadeiras amorosas é: não te envolveres… tipo o Pretty Woman: “as prostitutas fazem tudo…menos beijar na boca!” e neste caso, adaptando essa ideia:… tu já “o beijaste na boca, não foi?” Beijei, envolvi-me, não soube afastar-me. Depois pensei demais. Penso tanto que me contrario.
Esta última tragédia grega não teve nenhuma razão de ser. Nem uma. Foi tudo fabricado na minha cabeça com uma mistura de ciúme, falta de respeito, sentimento de posse e de abandono. A única verdade daquela noite foi que fui abandonada e essa foi a única razão que despoletou tudo o resto. Contava com uma cama quente e recheada e levei com um “hoje não durmo com ninguém”. Tudo o resto foi floreado, desculpa. Não tinha porque reclamar se ele estava interessado em alguém quando eu própria me encontro com outra pessoa, não tinha porque me queixar quando mo disse. Éramos amigos, tinha sido o acordado na última vez que estivéramos juntos. Acabou-se a relação sexual, ficamos só amigos. Cama só quando o rei fizer anos. Foi isto o combinado. Naquela noite, na festa, eu própria tinha travado alguns conhecimentos. Não os alonguei porque não quis, porque fui estúpida e achei que devia ficar sossegada porque já tinha a cama recheada. Contei com o ovo no cu da galinha.
A minha primeira reacção quando me disse que tinha uma oferta tentadora para aquela noite?
- Que bom para ti. Força, vai em frente. Porque é que a deixaste ir embora?
- Porque não te quero magoar.
- Magoar? Mas não me magoas. Somos só amigos, lembras? Não penso casar contigo. Para além disso sabes que não te sou fiel.
- Sim, é isso que me tranquiliza, saber que não estás assim tão apegada a mim.
E abraçava-me. Durante toda esta conversa estúpida, que deveria ser uma discussão acesa numa relação normal, foi o tempo que estivemos mais próximos na noite toda. Um beijinho aqui, outro ali. Um abraço depois do ‘vai ter com ela’, outro depois do não te quero magoar. E num instante, sem aviso prévio, desaparece do meu lado para ir à casa de banho. Deixou-me especada a falar sozinha. Aí começaram os problemas. Depois veio a história do dormir sozinho, depois o silêncio no carro, depois o chegar a casa e ver que me deixa ali abandonada. Pronto, chorei. Os copos que bebi também não ajudaram a ordenar as ideias.
Estarei a remexer demais neste assunto? A tentar emendar as coisas? Talvez.
Confesso ainda a vontade que tenho de lhe contar tudo isto, que foi tudo um mal entendido, but I know better than that. No momento não lhe faço falta. Nem neste nem no próximo. Não me vou forçar onde não me querem, como a minha mãe sempre me disse, a festas e baptizados não se vai sem ser convidado. Quando lhe fizer falta saberá onde me encontrar e na altura saberei se ele ainda me faz falta. Até lá faço as pazes com a minha consciência e renovo o meu eu independente.

3 Comments:

  1. just_me said...
    O truque é mesmo esse.
    Acredita que os homens basta sonharem que nos estamos a cagara pra eles (desculpa a expressão) e vêm logo atrás. É certinho.
    Bjs
    brgigas said...
    lol...esse comentário...isso nao é assim tao linear...mas cada um sabe de si.
    Segue o que o coração te diz...
    Anónimo said...
    e q te diz o coração?? segue o br :o)

    besos amiga

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